segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

As denúncias de irregularidades do Ministério Público sobre o valor da tarifa de ônibus em Blumenau

As ilegalidades cometidas pelo Consórcio Siga, prefeito João Paulo Kleinubing e pelo presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, com a majoração ilícita do valor da tarifa de ônibus em Blumenau, geram um valor aproximado de R$ 3,5 milhões de arrecadação. A quantia toma por base a média mensal de passageiros constante da planilha de custos deste ano, baseada nos números do ano anterior. Este é um dos elementos apontados na ação civil pública do promotor Gustavo Mereles Ruiz Dias, que pede a suspensão liminar da atual tarifa – reduzindo-a de R$ 2,57 para R$ 2,35 – e reembolso dos usuários. Ele pede ainda o afastamento de Clebsch e do prefeito de seus cargos e as suas devidas condenações, juntamente com o Consórcio Siga.
A ação do promotor é citada como fruto de perseguição política aos olhos dos réus. Com 16 anos de atuação no Ministério Público, o promotor, no entanto, defende na ação a necessidade de condenar os responsáveis pelo o que considera “improbidade administrativa e enriquecimento ilícito em detrimento do serviço público prestado”. Na avaliação do promotor, a auditoria que determinou a tarifa de R$ 2,57 contém fraudes. Na ação, ele afirma que o Instituto Rainoldo Uessler, contratado pelo Seterb para reavaliar o cálculo, majorou artificialmente os coeficientes de vida útil de itens da planilha de custos, como pneus, frota operante, encagos sociais, fator de utilização de motoristas, cobradores e fiscais, peças e acessórios, o que indicaria propósito deliberado de aumentar o valor da passagem. Mereles afirma ainda que o instituto não precisaria ter sido contratado, pois há técnicos concursados capacitados dentro do Seterb para auditar as planilhas.
Para o promotor, Clebsch agiu em prol da concessionária e não cumpriu o dever da autarquia de fiscalizar a concessão. O Seterb estaria sendo conivente com as empresas que formam o Consórcio – Viação Verde Vale, Coletivo Rodovel e Nossa Senhora da Glória. E o prefeito contribuiu para o aumento ilícito da passagem de ônibus. A omissão do Seterb na fiscalização favoreceu a não renovação da frota. O caderno técnico do contrato que as empresas precisam seguir estabelece que os veículos convencionais podem ter no máximo dez anos de uso e os ônibus articulados 12 anos. Segundo os parâmetros estabelecidos em lei, a idade média da frota deveria permanecer no limite máximo de seis anos. “No entanto, desde a assinatura do contrato de concessão a idade média da frota vem se mantendo sempre acima do máximo de seis anos anos, e ainda, diversos veículos permaneceram em operação além da vida útil estabelecida pelo manual técnico”- aponta o promotor, na ação. O tempo de uso dos ônibus é um dos itens usados no cálculo que define o valor da tarifa. Quanto mais novo o veículo, mais alta a tarifa. Na planilha, ônibus usados foram considerados novos.
_ O poder público precisava tomar providências. Tinha que aplicar penalidades, instaurar processo administrativo para apurar a situação, e nada disso foi feito. Ficou só na camaradagem do Seterb para com as empresas _ dispara o promotor na entrevista exclusiva que me concedeu sexta-feira, 10.
Na análise do promotor, o fato de a tarifa de ônibus em Blumenau ser a mais cara do Estado já é um indício da ilegalidade, considerando a qualidade do serviço.
Além do aumento ilícito da passagem, o promotor pretende apurar também a concessão do serviço por 30 anos, em 2007, quando foi assinado o contrato entre as três empresas e o município, ficando o Consórcio responsável por todo o sistema de transporte coletivo urbano na cidade. Segundo ele, há indícios de suposto direcionamento do Seterb para as três empresas que já atuavam na cidade na época e que hoje compõem o Consórcio Siga. “O consórcio foi feito com o objetivo de eliminar a concorrência”- afirma Mereles.
 Magali Moser – Jornalista
Fonte: 

A greve que fez Blumenau parar

O caos que se transformou o trânsito em Blumenau nos últimos dias, com a greve dos trabalhadores das empresas de ônibus, demonstra mais uma vez a necessidade e o papel fundamental do transporte coletivo urbano. O que mais se ouve é como a comunidade está sendo prejudicada com a interrupção no serviço. Mas, quando a população perceber que a greve é necessária e busca beneficiar também os usuários, vamos fortalecer ainda mais o movimento por um transporte melhor e mais barato para o povo.
A passagem de ônibus em Blumenau, hoje no valor de R$ 2,57, é a mais cara do Estado. O último aumento da tarifa foi quase o dobro da inflação de 5,39%. Nos últimos quatro anos, as tarifas aumentaram 48,2%, em média três vezes mais que os aumentos concedidos aos  trabalhadores. A categoria reivindica aumento de 9,07%, tíquete refeição de R$ 260,00, equiparação salarial entre os cobradores e o direito a ter cartão ponto para marcar as horas trabalhadas. Não se trata de uma questão corporativista. Os trabalhadores denunciam a precariedade dos ônibus, (alguns com até 13 anos de uso), a superlotação e o valor abusivo das tarifas. A luta pela renovação da frota e esses outros direitos vai beneficiar diretamente os 130 mil usuários que dependem dos ônibus todos os dias. Isso mostra o compromisso com a classe trabalhadora!
Mais uma prova desse compromisso é que o Sindicato propôs a volta ao trabalho desde que a catraca fosse liberada para todos os usuários. Assim, os trabalhadores colocariam 100% da frota nas ruas, mas todos rodariam com a catraca livre. Esta seria uma forma da categoria reivindicar seus direitos e combater o principal argumento contra a greve que é prejuízo à população. Mas o comando das empresas, como era de se esperar, já rechaçou contra a proposta.
Ações patronais tentam fazer com que o Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e Gaspar (Sindetranscol) pague uma multa diária de R$ 20 mil se o transporte permanecer completamente paralisado, segundo determinação da juíza da 4ª Vara do Trabalho de Blumenau, Andréa Pasold. A greve é um direito do trabalhador, garantido na Constituição Federal e um recurso legítimo a que o sindicato recorre diante da intransigência dos patrões.
Magali Moser – Jornalista

domingo, 30 de janeiro de 2011

REDE CONTRA O TARIFAÇO INAUGURA BANCA NO CALÇADÃO DA RUA XV EM CURITIBA

Por TRANSPORTE COLETIVO 29/01/2011 às 05:34

Ontem às 11h da manhã a Rede Contra o Tarifaço inaugurou uma banca no calçadão da Rua XV de Novembro, localizada no centro de Curitiba. A banca recolhe assinaturas para abaixo assinado contra o possível e anunciado reajuste da tarifa do ônibus na cidade e região metropolitana, divulga calendário de manifestações para congelar o aumento da tarifa, distribui panfletos para adesão à rede bem como materiais explicativos referentes às péssimas condições que apresenta o transporte coletivo na capital e o lucro indevido das empresas de transporte coletivo sobre o trabalhador.
O primeiro dia de banca proporcionou muitas assinaturas e diálogo com os transeuntes. Notou-se que as atividades anteriores do Movimento Passe Livre foram as bases fundamentais para a adesão popular na campanha contra o aumento da tarifa. Raramente alguém nega-se a assinar o abaixo-assinado, o que transparece a insatisfação perante a roubalheira dos empresários e as péssimas condições de serviços prestados pelo cartel de empresas de transporte coletivo.
No momento, a Rede organiza reuniões para definir o rumo da luta.
Essa iniciativa teve início com o MPL Curitiba, já no mês de novembro de 2010, após abertura dos envelopes da licitação do transporte coletivo, que se arrastou durante todo o ano de 2010, prevendo reajustes na tarifa. Nesse processo de licitação, onde descaradamente houve favorecimento da empresa de caráter misto (público/privado) URBS às empresas do transporte coletivo, os usuários mais uma vez sairam perdendo. Além do reajuste da tarifa de R$2,20 para no mínimo R$2,50, as precárias condições do transporte coletivo deverão permanecer as mesmas, pois as empresas que há mais de trinta anos exploram o serviço na cidade, venceram a licitação fraudulenta. Isso significa que, além do descaso com o usuário e aviltamento da classe dos cobradores e motoristas, nos próximos 25 anos melhorias no transporte coletivo tendem a permanecer estagnadas.
  
CMI- Centro de Midia Independente

Proxima Reunião do Comitê:

Segunda-feira (31/01) as 19 horas
Local: DCE/ UFRGS (Av. João Pessoa, 41)
Pauta: Próximas ações do comitê e avaliação da última atividade na esquina democrática.

Te esperamos lá!!!

sábado, 29 de janeiro de 2011

Manifestação contra tarifa reúne mais de 4 mil em SP

Rede Brasil Atual 28 de janeiro de 2011 às 9:48h


Presidente da Câmara firma compromisso com MPL de convocar audiência pública com o secretário de transportes

Por Jéssica Santos de Souza*

São Paulo – Pela terceira vez, manifestantes contrários ao aumento da tarifa de ônibus fizeram um protesto em São Paulo. O ato desta quinta-feira (27), contou com  4,5 mil pessoas, de acordo com o Movimento do Passe Livre (MPL). Saíram do Teatro Municipal, percorrendo ruas do Centro até a Câmara dos Vereadores. Segundo o tenente André Luís Zandonadi a manifestação foi pacífica e ao todo 3,5 mil pessoas participaram da passeata.
Na frente da Câmara dos Vereadores,  o presidente da Casa, Police Neto (PSDB) e uma comissão de vereadores, se reuniram com os manifestantes. Neto recebeu uma carta de reivindicações e firmou o compromisso de convocar uma audiência pública com  o secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco.
“A Câmara não tem atribuição de revisar a tarifa, isso é uma política que o município mesmo instala. Mas nosso esforço será para abrir um canal de diálogo para discutir a política de transporte público e política tarifária na cidade”, afirmou Police Neto.
Segundo o líder do PT na Câmara, vereador José Américo, os vereadores devem  aprovar a convocação do secretário na próxima quarta-feira (2).
Para a moradora do M’Boi Mirim e participante da mobilização, Josefa Barbosa do Nascimento , a série de manifestações gerará resultados. “O ato é importante para chamar atenção das autoridades porque o ônibus é ruim. Mesmo assim, continua aumentando de valor enquanto o trabalhador sofre”, disse. De acordo com ela, a única linha de ônibus oficial em seu bairro, o Jardim Horizonte Azul, foi retirada de circulação. “Agora só operam cooperativas.”
Segundo Mariana Toledo, uma das representantes do MPL, a manifestação desta sexta foi uma grande vitória para o movimento. “Nossa luta teve força o suficiente para fazer o trajeto completo, diferente do dia 13 em que fomos impedidos de continua”, comemorou. Há duas semanas a passeata que iria terminar na frente da Câmara dos Vereadores foi dispersa pela PM na Praça da República na altura da Secretaria Estadual de Educação.
O protesto se deve ao aumento de 11% do transporte público na capital de R$ 2,70 para R$ 3 no último dia 5.

* Matéria originalmente publicada pela Rede Brasil Atual







Crédito das imagens: Panoptico

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aumento de tarifa pode ser questionado na Justiça em Belém do Pará

O aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,85 para R$ 2,15, protocolado ontem (26) pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Sentrans-Bel) junto à CTBel, já começa a ser questionado. Representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sintsep), do Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram) e do Diretório Central de Estudantes da Universidade da Amazônia (DCE/Unama) devem entrar hoje (27) com uma denúncia no Ministério Público.
Segundo a assessoria de imprensa do Sintesp, o aumento proposto pelos empresários de transportes coletivos de Belém é abusivo e não condiz com a realidade da frota que circula atualmente na capital paraense. Para impedir o aumento, eles vão acionar o Ministério Público Estadual para que seja instaurada uma ação civil pública, no intuito de tentar impedir o aumento.
Por volta de 11h30, os representantes farão uma manifestação contra o aumento da tarifa em frente ao Ministério Público Estadual, com o apoio de estudantes e trabalhadores que utilizam o transporte coletivo diariamente.
(Soraya Wanzeller/DOL)

Fonte: Diário OnLine

Tuitaço nacional contra o aumento entra nos Trending Topics do Twitter


Apesar do Tuitaço Nacional contra os aumentos das tarifas de ônibus ter começado pra valer hoje (28/01), as 10h, a hashtag #contraoaumento já estava sendo tuitada alguns dias antes. Além de colocar em debate a situação do transporte coletivo no Brasil, a campanha, promovida por movimentos sociais (entre eles o MPL Joinville) e entidades estudantis, tinha também como foco pôr a hashtag no Trending Topics (TTs) do Twitter, o ranking que mede os assuntos mais tuitados. Cerca de uma hora após a campanha ter oficialmente começado, a hashtag #contraoaumento já estava em 1º lugar no TTs Br e em 3º no TTs Worldwide. Do norte ao sul do país, vários tuites de indignação contra o aumento e contra a exploração do transporte coletivo.

Obviamente, não esperamos que o transporte coletivo mude a partir de uma rede social, como é o Twitter. O tuitaço é uma "extensão" dos protestos que estavam (e estão) acontecendo nas ruas de várias cidades do Brasil.

Fonte: http://mpljoinville.blogspot.com/2011/01/tuitaco-nacional-contra-o-aumento-entra.html

Cresce em todo país movimento contra o aumento

Cresce em todo país movimento contra o aumento

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/5552

Ontem protestos em Porto Alegre e São Paulo; hoje em Recife, Salvador e Vitória

O reajustes das passagens dos ônibus municipais em cerca de 17 cidades brasileiras têm gerado protestos em todo o país. Estudantes e militantes de organizações contra o aumento das tarifas têm convocado manifestações e articulado um movimento para barrar os reajustes.
Na quinta-feira (27) houve protestos em Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP). Nesta sexta-feira (28) são convocadas manifestações em Recife (PE), Salvador (BA) e Vitória (ES).
Para Daniel Guimarães Tertschitsch, militante do Movimento Passe Livre (MPL) e integrante do Tarifa Zero, “essas mobilizações, que nascem inicialmente contra aumentos nas tarifas de ônibus, abrem perspectivas para além desses valores percentuais dos aumentos”.
Tertschitsch afirma que elas servem de ponto de partida para o aprofundamento da nossa compreensão sobre a verdadeira exclusão social que resulta do sistema de transporte coletivo que temos hoje.

Impactos
Dados da Pesquisa do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), divulgada no dia 24 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que aproximadamente 30% dos brasileiros têm deixado de utlilizar o transporte público para se locomover por causa do alto custo.
Na região Norte a desistência da viagem por falta de dinheiro chegou a 48,12% dos entrevistados. No Sudeste, o índice de usuários é de 28,57%. Na região Nordeste o motivo é apontado por 29,64%, no Centro-Oeste por 23,62% e entre os sulistas, 18,95%.
Além disso, a pesquisa revela que o gasto com transporte, seja público ou particular, alcançou o mesmo percentual que o da alimentação. E ultrapassou as despesas com assistência médica e vestuário.
Tertschitsch alega que o crescimento das manifestações contra o aumento das passagens demonstra que não trata-se apenas de uma luta dos estudantes, mas que é um “problema de classe, dos trabalhadores e trabalhadoras, excluídos e excluídas e de todo o Brasil”.
“Os atos estão acontecendo em cidades distantes umas das outras, por exemplo Porto Alegre e Aracaju, passando por várias organizações diferentes, apartidárias e partidárias ou movimentos sociais que já carregam esta luta há mais tempo, como o Movimento Passe Livre”, ressalta o militante.

São Paulo

Em São Paulo, a manifestação desta quinta-feira foi a maior já realizada na cidade. De acordo com Lucas Monteiro, militante do Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP), que organizou a ação, cerca de 4 mil e quinhentas pessoas participaram da manifestação que começou no Teatro Municipal, percorreu as avenidas Ipiranga e São João e culminou na Câmara dos Vereadores.

Os militantes do MPL foram recebidos pelo presidente da Câmara dos Vereadores, José Police Neto (PSDB). “A gente entregou uma carta exigindo que a Câmara convoque o secretário de transportes, Marcelo Cardinale Branco, para prestar contas obre o aumento da passagens e o aumento dos subsídios”, relata o militante do MPL.
Neto prometeu aos manifestantes realizar uma audiência pública na próxima quarta-feira (2), quando levará a discussão ao plenário da Câmara e definirá se o secretário de transportes será convocado para prestar esclarecimentos.

“Não há muito o que explicar, mas ele [Branco] precisa vir a público para falar sobre o aumento e ouvir as reivindicações do movimento”, defende Monteiro e afirma que a maior reinvindicação é que o reajuste seja revertido.
Para o militante do MPL, somente o fortalecimento das manifestações e a mobilização popular será capaz de barrar o reajuste. Ele pondera que o movimento contra o aumento têm crescido e deverá ganhar mais força com o retorno das aulas. Segundo Monteiro, o MPL já está criando articulações para somar ao movimento os estudantes das escolas particulares, que iniciam o ano letivo na próxima segunda-feira (31), e os estudantes da rede pública, que retornam às aulas no dia 7 de fevereiro.
Este foi o terceiro protesto promovida pelo MPL na capital pauilista desde o reajuste das tarifas, vigente a partir do dia 5 de janeiro, que fez com que o valor passasse de R$ 2,70 para R$ 3,00. Na primeira ação, no dia 13, os manifestantes foram duramente reprimidos pela PM, o que resultou em um saldo de 30 detidos e 10 feridos. Nas outras duas, dos dias 20 e 27, não houve confrontos e as manifestações seguiram pacificamente.

Manifestações
Na próxima semana, o MPL realizará uma manifestação em frente à Câmara dos Vereadores ao mesmo tempo em que será realizada a audiência pública, na quarta-feira às 15hs, a fim de pressionar o legislativo a favor da convocação do secretário de transportes. Além disso, convoca um protesto no vão livre do Masp, na avenida Paulista, na quinta-feira (3) às 17hs.
Estudantes têm promovido protestos em Salvador desde o aumento das passagens, de R$ 2,30 para R$ 2,50, que passou a valer no dia 2 de janeiro. Na chamada Revolta do Buzu 2011, eles pedem, entre outras coisas, a revogação do aumento da tarifa, o congelamento do valor anterior por dois anos e a melhoria do sistema de transporte coletivo da capital baiana. Na tarde desta sexta-feira (28) acontece mais uma ação da Revolta do Buzu 2011 em frente ao Plano Inclinado da Liberdade.
Haverá manifestação também em Vitória, às 17h em frente à Assembleia Legislativa do Espírito Santo, na avenida Américo Buaiz, 205. Em Recife, a manifestação foi iniciada às 13h desta sexta-feira, em frente ao atual Ginásio Pernambucano, na Rua do Hospício, Boa Vista.
Na Internet é realizado o tuitaço, marcando o Dia Nacional de Luta contra o Aumento das Passagens. Através da hashtag #contraoaumento, as pessoas manifestam sua insatisfação com os reajustes e unem-se em uma mobilização nacional.

Mãos ao Alto.. as empresas de ônibus assaltam!




Empresas querem R$ 2,81 para a tarifa

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) quer R$ 2,81 para a tarifa de ônibus da capital. O pedido, protocolado nesta sexta-feira, 28, à tarde na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), representa um aumento de 14,69% sobre os atuais R$ 2,45. A solicitação será estudada pela equipe econômica da Gerência de Projetos e Estudos da Mobilidade da EPTC, para posterior envio do processo, análise e votação pelos integrantes do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu).


/transporte
  • 28/01/2011 16:51:07


Fonte: Site da Prefeitura de Porto Alegre
http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=137734

Repercussão do Ato contra o Aumento das Passagens em PoA

Parabéns aos Companheiro que estiveram presente no Ato!

(Clique na imagem para ampliar)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estudantes protestam contra aumento de passagem e liberam cancelas da Terceira Ponte

26/01/2011 às 08h58 - Atualizado em 26/01/2011 às 16h37





Cancelas abertas e câmeras viradas. Os manifestantes colocaram em prática outra estratégia em mais um dia de protesto contra o aumento da passagem dos ônibus do sistema coletivo. Eles conseguiram chegar à praça do pedágio e liberar o fluxo de veículos da Terceira Ponte.

Os estudantes pegaram os policiais de surpresa. Eles alugaram ônibus, saíram da Ufes e quando chegaram na praça do pedágio desembarcaram e liberaram o trânsito de veículos na Terceira Ponte nos dois sentidos. Em poucos minutos, o local foi invadido pelos jovens.

"Nós nos mobilizamos para denunciar duas coisas: o aumento abusivo das passagens e esse pedágio que é um roubo! Há 10 anos pagamos esse pedágio e a população está sendo roubada. Não obstruímos o trânsito, nós liberamos o trânsito, as pessoas estão passando de graça porque é uma ponte que foi paga com dinheiro público, então a população tem que passar aqui e ter o direito de ir e vir", disse o coordenador do movimento, Gustavo de Biase.

A iniciativa dos estudantes agradou os motoristas que passavam pela ponte. Mas teve também quem não concordasse. "Eu acho bom o protesto para ver se existe algum resultado no Estado", disse uma motorista.
 
A tropa de choque da Polícia Militar esteve sempre a postos e negociou com os estudantes um horário de retirada do grupo da praça do pedágio.

Após quase duas horas de ocupação e trânsito livre no principal acesso entre os municípios de Vitória e Vila Velha, os manifestantes cumpriram o combinado com a polícia e deixaram a praça do pedágio. Eles caminharam até a Reta da Penha e realizaram mais um roletaço finalizando mais um dia de protesto.



Fonte: Folha Vitória 
http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2011/01/estudantes-protestam-contra-aumento-de-passagem-e-liberam-cancelas-da-terceira-ponte.html

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Tuitço Nacional contra o Aumento das Passagens

Aumento da Passagem de ônibus: Vale o serviço?

Texto do colega Júlio Câmara, jovem estudante secundarista, presidente do Grêmio do Colégio Infante:

Aumento da Passagem de ônibus: Vale o serviço?
Posted on January 24, 2011 by Júlio Câmara

Eis o assunto que começa a aparecer em conversas entre os moradores de Porto Alegre: O aumento da passagem de ônibus para R$2,70. Se R$2,45 já cai como um valor absurdo para se movimentar dentro da cidade, imagine com 25 centavos a mais.

Falando assim, 25 centavos pode parecer muito pouco. Mas, é preciso lembrar que para ir e voltar, já são 50 centavos por dia.

Se você ainda não percebeu o quanto estamos sendo feitos de otários, vamos aos exemplos práticos. A diferença no valor da passagem é aproximadamente igual a 88 litros de leite por ano. Se você não costuma beber leite e não valoriza esta informação, aí vai um dado que desperta a atenção de todos: 90 Kg de arroz ou 52 pacotes de feijão por ano.

Se a passagem não aumentar, vai sobrar dinheiro para a comida. Se a passagem aumentar, muitos pais (e mães) de família passarão aperto (se não fome). O dinheiro da passagem que fará falta para a alimentação de um cidadão, será o lucro de um empresário que explora o transporte público da cidade.

Em resumo: A fome do cidadão de Porto Alegre é o lucro de um empresário.

Há quem não se importe com a necessidade de outros porto-alegrenses. Há quem não ligue para a falta de comida na mesa e não perceba que panela vazia pode ser apologia ao crime.

Além do preço absurdamente alto, outro ponto que demonstra o quão discriminador é o nosso sistema de transporte coletivo: A qualidade dos ônibus diferem conforme as áreas que atendem.

Um exemplo é a diferença entre duas linhas da STS. Menino Deus e Cruzeiro. O primeiro ônibus citado sempre tem ar-condicionado e boa acomodação. O segundo, eu nunca vi com ar-condicionado e o número de carros disponíveis não transporta com conforto todos os passageiros.

Comparando os mapas das rotas dos dois ônibus, percebemos que a linha Cruzeiro do Sul atende muito mais passageiros e áreas suburbanas. O Menino Deus, por sua vez, atende uma área pequena e, em sua maioria, composta por bairros nobres:



Uma pergunta: Se o valor da tarifa é o mesmo, o que explica as diferenças dos serviços prestados?

Valor e qualidade são apenas dois motivos para colocar o transporte público em discussão. É assim desde quando eu me lembro que existo. Mas, eu devo aceitar que as coisas vão mal só por que elas vão assim há muito tempo? Acredito que não.

Enquanto o governo estiver com o rabo-preso com as empresas de ônibus, podemos ter certeza que meios de transporte alternativos não serão explorados. É por isso que não temos bicicletários nem ciclovias decentes. Ônibus é a única opção para muitos irem trabalhar e/ou estudar.

O transporte da população é um assunto importante demais para ser usado como moeda de troca em eleições. As empresas de ônibus não podem financiar campanhas dos nossos governantes e depois recuperar os valores tirando do nosso bolso.

Além do voto, uma ferramenta do povo é a luta. E as manifestações já estão sendo organizadas pelo Comitê de mobilização e articulação contra o aumento anual da tarifa de transporte público. Atualize-se e participe pelo site: Transporte para Todos. Vamos lutar!

Fonte:http://juliocamara.com.br

Gasto com transporte é igual a despesa com alimentação, diz Ipea

Em 2010, despesa do brasileiro com este serviço chegou a 20,1%. Já o gasto com alimentação caiu de 21,1% para 20,2% em 10 anos. 

Do G1 SP, com informações da Agência Estado

O Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Mobilidade Urbana, divulgado nesta segunda-feira (24), em São Paulo, mostra que o gasto do brasileiro com transporte público cresceu nos últimos anos e que, atualmente, é praticamente igual a despesa com alimentação.

Em 2000, o gasto com transporte público abocanhava 18,7% das despesas do cidadão, em média. Em 2010, chegou a 20,1%, enquanto a alimentação caiu de 21,1% para 20,2% no mesmo período.

Este dado citado na apresentação do estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi retirado da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, entre 2002 e 2003, o brasileiro gastava mensalmente R$ 423,20 com alimentação. Em 2008/2009, a despesa com comida caiu para R$ 421,70. Já com transporte, o gasto médio passou, no mesmo período analisado, de R$ 375,90 para R$ 419,20.

A pesquisa do Ipea ouviu 2.770 pessoas em todos os estados e utilizou a técnica de amostragem por cotas, a fim de garantir proporcionalidade no que diz respeito à população. A margem máxima de erro por região é de 5%.

A pesquisa sobre mobilidade urbana indica que 44,3% da população brasileira tem no transporte público seu principal meio de deslocamento. Na região Sudeste, o percentual chega a 50,7%. Apesar da importância desse tipo de transporte, a quantidade de ônibus em circulação no Brasil cresceu menos, de 2000 a 2010, que a quantidade de veículos particulares.

Atualmente, há um ônibus para cada 427 habitantes, e, em 2000 era um para 649 pessoas. Em relação aos carros, a proporção hoje é de um automóvel para cada 5,2 habitantes, enquanto há dez anos era de 8,5.

Insatisfeitos

Em contrapartida, a qualidade do transporte público foi avaliada como ruim por 19,2% das pessoas pesquisadas e muito ruim por outros 19,8%. O percentual de insatisfeitos, desta forma, atinge 39% da população brasileira. Para 26,1%, o transporte público é bom e para apenas 2,9%, muito bom, em um total de 29%. O transporte público é considerado regular para 31,3% da população.

Na Região Sul estão os mais satisfeitos com o transporte público: 44,9% o consideram bom ou muito bom e 23,5% o acham ruim ou muito ruim. Já na Região Sudeste se encontram as opiniões mais negativas: apenas 24,5% o veem como bom ou muito bom e 45,9% o consideram ruim ou muito ruim - este número é muito próximo ao da Região Norte: 45,8%.

O levantamento mostra também que uma em cada quatro (26,3%) pessoas no país vive em cidades em que não há integração entre meios de transporte. Não usam a integração, apesar de ela existir, 27,5%. Dentre aqueles que a utilizam, 33,2% o fazem trocando de um ônibus para outro. Depois, a mais frequente é a troca de um ônibus para o metrô: 4,9%.

O estudo aponta que, quanto mais escolarizada é a pessoa, mais crítica ela se torna em relação ao transporte público. Ele é bom ou muito bom para 34,9% das pessoas com até a quarta série do ensino fundamental - 22,5% o acham ruim ou muito ruim. Já para quem tem ensino superior incompleto, completo ou pós-graduação, 20,1% o consideram bom ou muito bom e 36,9% o acham ruim ou muito ruim.

Para Marcio Pochmann, presidente do Ipea, o SIPS revela também os contrastes nos tipos de transporte de cada região brasileira. Quase 50% das pessoas que andam de ônibus no país estão na região Sudeste, enquanto 45,5% daqueles que utilizam bicicleta moram na região Nordeste. Da mesma forma, 43,4% dos motociclistas também estão no Nordeste.

“Houve uma mudança de ponto de vista da composição da frota. Em 2000, os automóveis eram 62,7% do total de veículos no Brasil. As motos eram 13,3%. Agora, em 2010, os automóveis são 57,5%, contra 25,2% das motos”, afirmou. “Para cada ônibus novo surgido colocado em circulação nos últimos dez anos, apareceram 52 automóveis”, completou.

Congestionamentos

O estudo traz também dados sobre a quantidade de pessoas afetadas por congestionamentos em cada região do Brasil. No geral, 69% dos cidadãos disseram que enfrentam engarrafamentos nas cidades. Surpreendentemente, 26,2% dos entrevistados da Região Norte afirmaram que enfrentavam congestionamentos mais de uma vez por dia, índice superior ao da Região Sudeste, com 21,6%, e da Sul, com 21,9%. No Brasil, a média é de 20,5%.

“O congestionamento, fator que compromete a ida e vinda dos cidadãos para o trabalho, é percebida com similaridades nas cinco regiões do País, revelando as consequências da qualidade precária dos meios de transportes públicos em conglomerados urbanos”, afirma estudo em sua conclusão.

Pochmann concluiu que a expansão da frota brasileira na última década se deu especialmente por meio de motos e automóveis. “Houve crescimento no transporte coletivo, mas não na mesma proporção. A população tem interesse em usar o transporte público, mas ainda precisa identificá-lo mais com características de rapidez, melhor preço e segurança. Há espaço para ação em matéria de políticas públicas”, disse.

Segurança

O estudo do Ipea aponta que um terço (32,6%) das pessoas se sentem inseguras no meio de transporte que mais utilizam. Raramente se acham seguras 13,6% e nunca se sentem seguras 19%. No entanto, 40% sempre têm confiança no meio de transporte que mais utilizam e 26,9% se acham seguras na maioria das vezes.
  
Fonte: G1

Vem aí mais um assalto ao bolso do porto-alegrense

A passagem de ônibus em Porto Alegre, que já é cara, pode ficar ainda mais cara: pelo que fiquei sabendo via Twitter, a tarifa pode subir a R$ 2,75! Como sempre, o aumento vem no meio do verão, para dificultar a mobilização dos cidadãos.
Já se paga muito por um serviço que não melhora, muito pelo contrário. Se ao menos toda a frota tivesse ar condicionado (em verões rigorosos como este, faz muita falta), os horários fossem cumpridos e os veículos andassem menos cheios, seria menos injusto gastar R$ 2,45 (tarifa atual) por viagem.
Com tantos aumentos, a diminuição no número de passageiros que se verificou muito nos últimos anos é uma consequência óbvia. Eu próprio sirvo de exemplo: antigamente valia a pena pegar ônibus para deslocamentos relativamente curtos, pois o gasto não era tão grande – e com ar condicionado num dia de calorão, então, podia-se dizer que era quase “de graça”, dado o conforto; agora, só pego ônibus se o lugar para onde vou é realmente longe, ou se corro risco de chegar atrasado. Se bem que de ônibus também se corre tal risco, dados os atrasos e o trânsito cada vez mais caótico – que é estimulado por tantos aumentos, pois com um transporte público ruim, quem tem carro dificilmente irá deixá-lo na garagem, e a maioria de quem não tem quer logo ter.
Até para ir aos jogos do Grêmio, tenho levado o hino ao pé da letra, indo a pé ao Olímpico (e às vezes voltando também). E não é um deslocamento relativamente curto: são aproximadamente quatro quilômetros de caminhada.
Ah, e tudo isso sem contar o péssimo estado de conservação das paradas de ônibus em Porto Alegre… Lembrando que em abril passado um jovem morreu eletrocutado em uma delas.
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O aumento de R$ 0,30 na tarifa pode parecer pouco, mas pense em quem precisa de ônibus todos os dias. São R$ 0,60 a mais por dia, isso se a pessoa só precisa de uma linha para os deslocamentos. Agora, multiplique isso por todos os dias úteis de cada mês, e perceba que faz diferença, sim, no orçamento – principalmente dos mais pobres.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mais um aumento eu não aguento!

Ato contra o aumento da Passagem em Porto Alegre

Esquina Democrática
Dia 27 de janeiro de 2011
17h

Ato contra o aumento!

Venha você também participar do Ato contra o aumento da passagem!

A passagem aumenta todo ano, e seu salário, aumenta também?
O salário dos deputados e senadores aumenta em mais de 60%, seu salário também?


Então, venha e coloque a boca no Trombone!



Não podemos ficar calado enquanto abusam do povo desta maneira. 
A tarifa de transporte aumenta para alimentar a ganância dos empresários donos do consórcio do transporte municipal e quem paga por isso somos nós, trabalhadores, estudantes e quem está desempregado!


Venha com a gente lutar por dignidade e respeito!

Esquina Democrática - Centro Porto Alegre
Dia 27 de janeiro de 2011
17h


Mais um aumento, eu não aguento!

sábado, 22 de janeiro de 2011

O custo de ir e vir: o movimento contra o aumento da passagem


De quem é o benefício? Não precisa pensar muito pra dizer que a cidade tem condições de suportar um transporte público de baixo custo ou gratuito – quem lembra do SETUSA? A concessão da prefeitura aos empresários do transporte é um grande desrespeito aos direitos do cidadão pessoense, que é enganado enquanto o serviço é vendido como benefício.
Vamos pesar o custo real dos transportes para um cidadão, considerando que seja morador de uma zona periférica, através da imagem de um dia de trabalho. Primeiro, há poucas linhas do ônibus em circulação, as vias urbanas são péssimas, junte o trânsito, o ônibus chega lotado, demorou a passar, você não tem direito nem a sentar, essa linha não vai até o outro lado da cidade, pegue outro ônibus: tudo de novo. Depois de quase duas horas de estresse, chega-se ao emprego. São mais oito horas. No fim do expediente: tudo se repete. Custo: quatro passagens gastas, doze horas fora de casa.
O custo não pesa só no bolso: além do financeiro, tem o psicológico. No primeiro, uma considerável parte do seu salário serve para alimentar os lucros do empresário dos transportes. Sem contar o quanto o patrão, também empresário, lucra enquanto explora o seu serviço. Depois de doze horas fora de casa, o estresse causado pela falta de tempo (para o descanso, para o lazer, para o estudo e os afazeres do lar) torna a vida mais difícil.
Fica claro que o benefício vai para os empresários. Tanto do transporte quanto para os demais. Afinal, muita gente sai de casa na condição de trabalhador ou de consumidor. Enquanto isso, a maior parte da população pessoense fica sem acesso à própria cidade. Sem acesso à saúde, ao trabalho, ao estudo e ao lazer. Ficam à mercê do Estado, que entrega os direitos básicos da população aos setores privados. Essa é a injustiça que a política da capital paraibana tenta mascarar através de praças, campos de futebol, shows gratuitos e serviços de internete.
A cadeira esborrachada do DCE. O Movimento Estudantil de João Pessoal, através do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba, se propôs a pensar com a população o real valor do transporte coletivo. É prática dos empresários aumentarem a tarifa durante as festividades de fim de ano, sempre entre o natal e o ano novo, com a homologação da prefeitura.
No fim de 2010, o Conselho Municipal de Transportes e Trânsito (CMTT) – instância consultiva da STTrans, se reuniu para discutir as propostas para o novo aumento. O DCE que possui legalmente assento no conselho foi excluído desse debate, mesmo anteriormente tendo exigido ao CMTT que a discussão fosse realizada apenas quando o período se iniciasse, para que os estudantes, parcela significativa dos prejudicados com o aumento pudesse participar das discussões. A tarifa subiu de R$ 1,90 para R$ 2,10, um aumento de 10,5%.
A homologação realizada pelo Prefeito Luciano Agra (PSB) com o CMTT passou por cima da Lei 8.767, de 15 de abril de 2009, não foram realizadas audiências públicas com setores representativos mais atingidos da sociedade - trabalhadores, estudantes e moradores de comunidades periféricas - para discutir os aumentos das passagens de ônibus.
Dizem os número irreais. A disputa pela opinião pública é ridícula. Querem que o povo acredite que vale a pena pagar por um transporte que se renova constantemente e pela qualidade. O argumento é bem afastado da realidade, mesmo assim, é usado. Alem disso, tentam convencer a população através de planilhas e dados, números sem fim, que o aumento é justo. Longe de ser uma questão de gráficos orçamentários da empresa, ou jurídica, a questão é política. São os direitos de uma boa parcela da sociedade que estão sendo tomados.
Durante a primeira manifestação dos estudantes (29/12/2010), foi exigida uma audiência com o Prefeito para o dia seguinte, que alegou que não poderia comparecer indicando para a reunião a superintendente da STTrans Laura Farias. No dia seguinte, a mesma se reuniu com três representantes do DCE. A negociação não iniciava, a superintendente não tinha pretensão de dialogar com os estudantes, a conversa não avançava na medida em que ela não ouvia os argumentos contrários ao aumento enquanto cuspia números, dados e porcentagens a serviço dos empresários.
O lucro dos empresários é de quase metade de cada passagem, as planilhas e relatórios escondem esses dados, os números são irreais, as contas são desonestas. Enver José, o conselheiro tarifário do DCE, disse que a planilha tarifária determina que quanto maior for o número de estudantes, mais alto é o preço da tarifa. O fato é que de 2006 até o ano passado, a quantidade de estudantes diminuiu de 40% para 20%, por conta da bilhetagem eletrônica.
O descontentamento dos estudantes que aguardavam na chuva os lembrou que a Prefeitura é do povo, então, resolveram entrar. Os portões logo foram trancados. Entraram pelos portões dos fundos, os guardas tentaram impedir a entrada pacífica dos estudantes e alguns funcionários diziam que não podiam ficar ali, vozes gritavam que a prefeitura era do povo. Tentaram expulsar os estudantes e ameaçaram parar a reunião que não avançava. Permaneceram firmes, resistindo até a reunião acabar. O resultado? Previsível. A reunião não deu em nada.
Ignorando o povo e parando a cidade. A passagem passou a custar R$2,10 a partir do dia 3 de Janeiro deste ano. A luta dos estudantes não parou. E o grito passou a ser: se a passagem não baixar a cidade vai parar! Desde o aumento os estudantes realizaram cinco atos no centro de João Pessoa. As concentrações sempre aconteceram em frente à Prefeitura e a paralisação do trânsito nos cruzamentos entre ela e a Lagoa. Foram faixas, cartazes, apitos, caminhadas na rua, ocupação gratuita na Integração de ônibus e panfletagens, tudo isso para que o prefeito do Partido Socialista Brasileiro escutasse a sociedade.
A repressão também apareceu. Na tarde do dia 12/01, cerca de 200 homens fardados de motoristas e cobradores, entre eles capangas e agitadores, receberam dos empresários do transporte R$ 30,00 para que reprimissem o ato dos estudantes. Ironicamente, diferente das outras manifestações, não havia viaturas da polícia próximas. A polícia foi chamada e garantiu aos estudantes que poderiam sair em caminhada, direito seu, pois, nada aconteceria e que já haviam acertado que os motoristas já estavam de saída. A caminhada mal havia começado quando motoristas e pessoas armadas avançaram para cima dos estudantes, a polícia que estava acompanhando o ato em sua viatura não fez nada. O choque chegou atirando para cima, dando coronhada em estudante e jogando gás de pimenta. Ficou mais uma vez claro a quem os aparelhos do Estado obedecem, eles e os motoristas tem o mesmo patrão. 
O Prefeito marcou uma audiência para terça-feira, dia 18, não compareceu. Agora os estudantes se organizam para um ato maior na próxima quarta-feira (26) e esperam que Luciano Agra apareça e se posicione. A força do movimento contra o aumento cresce a cada ato, mesmo nas férias, e a mobilização será muito maior quando os estudantes voltarem às aulas em fevereiro.
 Enquanto isso o movimento continuará parando a cidade e exigindo a redução da tarifa para R$1,90; pedindo atuação do Ministério Público, uma auditoria para analisar as contas das empresas de transporte público e as planilhas que justificaram o aumento; debates e seminários sobre mobilidade urbana em João Pessoa; e a criação de tarifas sociais.
Os pessoenses tem sua dignidade humana diminuída sempre que seu direito de ir e vir - pressuposto de liberdade, é diminuído. A manutenção desses aumentos faz piorar a condição de vida das pessoas. Enquanto o objetivo for o lucro dos empresários e não a qualidade de vida do povo, mais a cidade vai sofrer. Esse desgaste, que é maior nas classes populares, reflete nas outras políticas e tentativas de serviço público da cidade, como escola, hospital, cultura, etc. É a via para chegar nos demais direitos que está mal sinalizada. O caminho ainda é a luta do povo pela sua emancipação. É uma construção coletiva. A Prefeitura precisa respeitar a necessidade que o povo tem e visualizar uma nova política urbana, que crie condições coletivas de mobilidade, radical ou não, mas que não crie anualmente injustiças sociais.
Por Lizi Correia - Estudante da UFPB

#contraoaumentoJP 



Só há uma certeza: não vamos parar até a tarifa baixar!
Dia 25/01 [terça], às 15h, na Praça da Alegria - Plenária do movimento #contraoaumentoJP - Reflexão para transformar a realidade! Vem com a gente!

"MÃOS AO ALTO: R$2,10 É UM ASSALTO!"