terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Manifestantes protestam contra o aumento da tarifa de ônibus

Se aumento for aprovado, o valor atual da tarifa, R$ 2,70, pode chegar a R$ 2,95
31/01/2012
Da redação
 
Manifestantes realizarão na tarde desta terça-feira (31), em Porto Alegre (RS), um protesto contra o reajuste das tarifas de ônibus na cidade. O ato iniciará às 14h na esquina da Avenida Praia de Belas com Avenida Ipiranga e, de lá, seguirá para a sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), na Praça Montevidéu, centro da cidade.
Nesta segunda-feira (30), a Coordenação de Regulação de Transporte da EPTC apresentou um estudo técnico para o novo preço da passagem de ônibus, sugerindo o valor de R$ 2,88, o que representa um aumento de 6,79% em relação à tarifa atual, de R$ 2,70.
O estudo foi feito depois de um pedido de aumento da tarifa feito pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), que pediu 9,26% de reajuste, elevando a tarifa atual para R$ 2,95. Na tarde desta terça-feira (31), ambas as propostas serão analisadas pelo Conselho Municipal de Transportes Urbanos, que passará parecer ao prefeito José Fortunati para definição da tarifa. O novo valor deve entrar em vigor ainda na primeira quinzena de fevereiro.
A forma de reajuste é definida pela Lei 8023/97. A legislação estabelece que as tarifas somente poderão ser reajustadas a pedido das empresas de ônibus por ocasião da revisão salarial dos rodoviários ou quando a inflação acumulada desde o último reajuste, medida pelo IGP-M da FGV, ultrapassar 8%.
Em 2011, o pedido de 10,2% do sindicato das empresas resultou em uma elevação de 6,5% da tarifa. No ano anterior o aumento solicitado ficou na ordem 14,69%, mas o aprovado foi de 11,3%.
Na sexta-feira (27), estudantes bloquearam a Avenida Loureiro da Silva, no bairro Cidade Baixa, em protesto contra a proposta de reajuste da tarifa. Por meio de um manifesto divulgado pelo Facebook, os manifestantes pedem que todos os movimentos sociais se somem ao ato. "Convocamos todos os movimentos de luta, todos os cidadãos indignados para lutarmos unidos contra essa exploração", afirma o texto.
O sistema de transporte coletivo de Porto Alegre transporta mensalmente 27 milhões de passageiros.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Contra o Aumento da Passagem! R$ 3,00 NÃO DÁ!

Como de praxe, o COMTU - Conselho Municipal de Trânsito Urbano, se reunirá amanhã para aprovar, a portas fechadas, mais um abusivo aumento na tarifa de ônibus de Porto Alegre. A proposta das empresas de ônibus é de que a passagem suba aproximadamente 10%.
Nessa reunião, os empresários apresentam uma planilha de custos para “justificar o aumento”, planilha esta que sequer é acessível para a sociedade civil.
Não podemos mais permitir os abusivos aumentos na tarifa do nosso transporte público que, com todas as suas deficiências, irá para quase R$3,00 em 2012!!!
VALE PAGAR R$3,00 REAIS PRA ANDAR ASSIM?
Queremos um preço justo para quem usa o transporte coletivo!
Exigimos transparência no processo de avaliação das planilhas dos custos!
Exigimos licitação, chega da máfia das mesmas empresas que estão ai à 20 sem sequer concorrer em processo licitatório!!!!
Vem com a gente! Dessa vez, não nos calarão!

Nesta terça-feira, 31/1, às 14h, na EPTC
(Rua João Neves da Fontoura, 7)


Estudantes de todo o país protestam contra aumento das passagens

Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Felipe Prestes

Estudantes de várias cidades do país se reuniram na manhã desta sexta-feira (27) no Acampamento da Juventude para debater a nacionalização das lutas contra o aumento das passagens de transporte público. Após o encontro, eles fecharam por volta das 13h30 o sentido centro-bairro da Avenida Loureiro da Silva na esquina com a Augusto de Carvalho, sendo empurrados para fora da via por policiais.

Enquanto eles se deslocavam até o cruzamento, ocupando apenas parte da avenida, muitos veículos que passavam buzinavam em solidariedade. Mas quando obstruíram toda a via começaram as buzinas irritadiças e os gritos de “vagabundos”. Em questão de minutos o Pelotão de Operações Especiais da Brigada Militar chegou para acabar com o protesto. Doze policiais chegaram em dois veículos, impelindo os manifestantes liberarem a via:

– Estamos pedindo para sair quando o sinal abrir, senão o pessoal vai ser preso – ameaçou um dos policiais.

O sinal ficou verde, os motoristas grudaram a mão na buzina, mas os manifestantes não arredaram pé. Com a negativa, os policiais empurraram homens e mulheres, derrubando pertences de alguns, e levantaram os cassetetes para o alto, ameaçando usá-los.
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
– Mãos ao alto, esse aumento é um assalto! – gritavam os manifestantes que, logo, acabaram deixando a via e o protesto continuou na calçada.
– A BM de Tarso segue sendo a mesma BM truculenta do Governo Yeda – bradou um dos estudantes em um carro de som. Os estudantes apontavam que nenhum dos policiais tinha a identificação à vista. Um dos policiais que coordenava a ação mostrou para a reportagem que as inscrições na farda com o nome deles ficavam embaixo dos coletes e justificou a falta de visibilidade afirmando que todos eram orientados a dizer seu nome, caso perguntassem. De fato, um deles repetia: “Quer saber meu nome? É Soldado Morais”.
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Nacionalização de lutas contra aumento da passagem
Sentados em uma grande roda no Acampamento da Juventude, cerca de uma centena de jovens ouviram relatos de estudantes de vários cantos do país sobre as lutas contra aumento da passagem que se revezavam em um megafone. Chamava atenção a presença de jovens de Teresina, capital que teve os protestos mais acirrados neste início de 2012, mas também falaram pessoas de Porto Alegre, Belém, Rio de Janeiro, Vitória e Uberlândia.
Os problemas comuns relatados por eles são a falta de transparência das contas das empresas de ônibus, sempre grandes doadoras de campanha, e os aumentos sempre acima da inflação, que ocorrem geralmente nesta época do ano. “Qual é a base que justifica o aumento?”, questionou uma estudante. “Quando o nosso salário aumenta 5%, a passagem aumenta 10%”, relatou um rodoviário que participou do encontro.
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Os estudantes debateram a escolha de um dia para um grande protesto simultâneo em todo o país. Eles também falaram sobre a necessidade de fazer um site único, uma identidade visual, mas mantendo a autonomia de cada cidade. Um exemplo citado foi o da Marcha da Maconha, que tem um site que divulga movimentos autônomos de todas as cidades.
Para os estudantes, a nacionalização deve ser uma mola de propulsão para os movimentos nas cidades. Uma estudante de Vitória, por exemplo, contou que na capital do Espírito Santo os protestos não reúnem mais que 150 pessoas e manifestou esperança de que a visibilidade dos protestos pelo Brasil fortaleçam o movimento capixaba. Opinião semelhante tem o paraense Zaraia Ferreira, integrante do DCE da Universidade Federal de Pará (UFPA).
“Nacionalizar significa fortalecer as lutas em nível local. Se você tem apoio de outros movimentos no país você tem mais força. A mídia também mostra mais a insatisfação das pessoas com o preço das passagens”, diz.
Para o estudante da UFRGS, Rodolfo Mohr, diretor de Movimentos Sociais da UNE, o movimento nacional deve ampliar o debate. “É uma forma de aumentar a força da população das cidades, de discutir no país o direito à cidade, ao transporte público”, afirma. Para a estudante de Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Deborah Cavalcante, a nacionalização deve ampliar o número de pessoas que são contra o aumento das passagens. “Serve para massificar a identidade de estudantes e trabalhadores com esta luta”.
Deborah conta que estudantes gastaram R$ 15 mil em fianças para soltar os 51 presos nos protestos de Teresina | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Realidade do transporte público em diversas cidades
Os estudantes relataram os problemas de suas cidades, que têm muito em comum, mas também suas peculiaridades. Em Uberlândia, por exemplo, os aumentos estão estabelecidos no contrato que a Prefeitura tem com as empresas que realizam o transporte. Os aumentos ocorrem anualmente, recentemente ele chegou a ser de 26% (de R$ 1,50 para 1,90). Os protestos dos estudantes não conseguem evitar estes reajustes, porque são automáticos.
Uma estudante da Grande Vitória relatou que o valor da passagem é de R$ 2,45, considerado muito alto para uma região metropolitana bem menor que outras pelo país. Todas as concessões estão vencidas há anos e o transporte público é controlado por duas famílias, que são contumazes doadoras de campanha. Não há nenhuma opção além dos ônibus e as linhas não funcionam após as 23h.
Em Belém, os estudantes conseguiram adiar por cinco meses um aumento de passagem, mas para 2012 estão previstos dois reajustes, um que está sendo justificado pela implementação do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) e outro ordinário. Mais de 30 entidades, entre elas a OAB, criaram um Fórum em Defesa do Transporte Público. As entidades calculam que o valor que um trabalhador de Belém pode suportar é de R$ 1,65 e as passagens custam atualmente R$ 2,00.
“Com R$ 2,00 as passagens de ônibus consomem 1/3 de um salário mínimo para um trabalhador se deslocar. Se ele tiver que bancar o transporte de uma família então, fica ainda mais difícil”, afirma Zaraia Ferreira. Ele conta que nesta quinta (25) as entidades ocuparam o canteiro de obras do BRT, obra da Andrade Gutierrez que sofre denúncias de irregularidades.
Em Teresina, a forte repressão policial que correu o país acabou rendendo vitórias para os manifestantes. A Prefeitura recuou em vários pontos da recém implementada integração de linhas, que era contestada em vários aspectos pela população. No projeto original, o cidadão pagaria meia passagem do segundo ônibus se pegasse ele no período de até uma hora depois do primeiro. Agora, a Prefeitura aceitou que o período seja de 2h30min e que a segunda passagem seja gratuita. Ainda assim, a luta não acabou. A integração foi a justificativa para o aumento da passagem, de R$ 1,90 para 2,10. “Nossa principal luta continua a ser contra este aumento”, afirma Deborah Cavalcante.
As vitórias também tiveram seu preço. Um estudante de Teresina ficou cego e vários foram feridos. Além disto, 51 pessoas foram presas e tiveram que pagar fiança no valor de 10 salários mínimos. “Estamos com uma dívida no valor de R$ 15 mil”, conta Deborah.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Três estudantes presos em protesto contra aumento de passagens

Publicado em 23.01.2012, às 16h55

Do NE10
Foi com violência gratuita que uma manhã de protestos pacíficos contra o aumento de 6,5% no valor das passagens de ônibus se encerrou, no Centro do Recife, nesta segunda-feira (23). Três estudantes foram detidos e algus ficaram feridos depois que policiais passaram a agredir e jogar spray de pimenta nos manifestantes. Os jovens prometem ir às ruas mais uma vez nesta terça-feira (24).
O momento de maior tensão aconteceu no fim da passeata, quando uma jovem de 26 anos, identificada como Juliana, levou uma gravata de um policial e foi encaminhada, com muita agressividade, para o interior de uma viatura. O motivo da prisão é desconhecido. Ela, uma garota de 14 anos e um rapaz de 19 estão na delegacia prestando depoimento. O estudante de música da Universidade Federal de Pernambuco Luiz Otávio Carvalheira teve o nariz quebrado por um agente. Ele seguiu para o Hospital da Restauração.
A passeata teve início às 10h30, depois que cerca de 300 estudantes usando máscaras, carregando bandeiras e entoando gritos de protesto saíram da Rua do Hospício, local de concentração, e seguiram para a Conde da Boa Vista, onde fecharam o trânsito. Moradores de prédios da via, solidários, jogaram papéis picados e confetes pelas janelas.
Mesmo presa no ônibus, parado no engarrafamento, a professora Gleice Maria Costa, 41, se mostrou favorável ao movimento. "Acho o protesto válido. O aumento das passagens vai pesar no bolso de todos. Tenho dois filhos e não me importaria que eles estivessem aí. Admiro esses meninos que vão às ruas lutar por causas coletivas", disse. Esperar não foi tão agradável para a vendedora Zenilda Ferreira, 61. "Esses estudantes são desocupados. Muitos nem estudam de verdade. Deveriam fazer isso à meia-noite, quando não vão atrapalhar a vida de trabalhadores", afirmou.
A chuva não desanimou os manifestantes, que, no início da Avenida Gurarapes, fizeram um círculo e ensairam uma ciranda. De lá, seguiram sentido Estação do Recife e, depois, para a Dantas Barreto. Ao retornarem à Conde da Boa Vista, se concentraram ao lado do Cinema São Luis. Lá, alguns estudante levantaram os braços e ajoelharam, como se tivessem sido rendidos, em sinal de protesto ao Batalhão de Choque que se armou na ponte.
Já impaciente, a polícia decidiu, então, lançar contra os jovens bombas de efeito moral. A manifestação dispersou, mas voltou a se formar no cruzamento da Conde da Boa Vista com a Rua do Hospício até cehgar na Rua da Soledade, na qual se encerrou depois de muita confusão entre policiais e protestantes. O choque foi embora logo após um grupo se unir, dar um abraço coletivo nos agentes e oferecer flores para eles.
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Fórum Nacional de Executivas e Federações de Curso

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Correria, bombas de efeito moral e feridos marcam protesto de estudantes no Recife

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Bombas de gás lacrimogêneo foram arremessadas contra os estudantes
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Vanessa AraújoEspecial para o NE10
 
O que era para ser uma manifestação pacífica, na manhã desta sexta-feira (20), terminou em correria, confusão e a sensação de impotência. Se no início da passeata dos estudantes, que pretendiam seguir em direção à sede do Grande Recife Consórcio de Transportes, no Cais de Santa Rita, área central do Recife, a caminhada se deu tranquilamente, quanto mais chegava próximo do destino final, a polícia começava a dar sinais de que agiria com energia. Os estudantes protestam contra aumento de 6,5% nas passagens de ônibus do Grande Recife. A mobilização segue com novos confrontos, durante a tarde, e estudantes prometem novo protesto.
http://www2.uol.com.br/JC/_ne10/cotidiano/foto/protesto02.jpg
Foto: Vanessa Araújo/Especial para o NE10

Quando o protesto, que já contava com mais de 200 pessoas, entrou na Avenida Dantas Barreto, a Tropa de Choque fez barricada, na tentativa de impedir a manifestação. Em vão. Os estudantes estavam dispostos a prosseguir. Tentaram negociação para que se dispersassem. Não houve acordo.


Com gritos de "O povo não é bobo, aumento de passagem é roubo" e "Se a passagem aumentar, o Recife vai parar", os estudantes receberam a notícia de que a tarifa subiria quando já estavam na Avenida Dantas Barreto. O discurso mudou para "A passagem aumentou, o Recife já parou".

Mesmo com clima tenso, os estudantes continuaram a manifestação. Próximo à Dantas Barreto, o comandante do Batalhão de Choque deu a ordem para os policiais agirem. A orientação dada para alguns repórteres foi para que se afastassem. Ironicamente, momentos antes, o comandante do 16º Batalhão de Choque, Coronel José Antônio, garantiu aos estudantes que estava ali para garantir a segurança e a paz (veja no vídeo abaixo).

Foi quando chegaram à Avenida Martins de Barros, em frente ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que a situação se agravou. Os manifestantes tentaram seguir para o Palácio do Governo. Nova barricada se armou. De um lado, policiais do Batalhão de Choque, com balas de borracha e bombas de efeito moral. Do outro, estudantes indignados com o aumento da passagem e com a violência, repórteres, fotógrafos, população esperando ônibus, vendedores de peixe na beira do Cais.
O bombardeio seguido das bombas causou correria. Um estudante sangrava na barriga, atingido por uma bala de borracha. Uma cadeirante que se juntou à manifestação quase foi atingida por uma bomba. Várias pessoas passaram mal com o gás, inclusive a repórter que assinou esta matéria. "Olhos, boca e nariz ardendo e tontura me fizeram procurar ajuda. Passava perto de um ônibus quando vi os vidros do veículos sendo despedaçados, por causa de uma pedra jogada por um dos manifestantes. Sentei no chão. A manifestação se dipersou. A polícia continuava dando sinais de sua força".
Foto: Daniel Guedes/Blog de Jamildo, para o NE10
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TENSÃO Estudante Marcelo Diniz mostra ferida feita pela bala

Como surgiram as ciclovias holandesas?

Funcionários do metrô de Buenos Aires abrem catracas contra aumento de 127% do bilhete


180112_buenos_aires_catracas_metroOpera Mundi - Profissionais recolheram cerca de 200 mil assinaturas contra o aumento.

Em protesto contra o recente aumento dado ao bilhete do metrô em Buenos Aires, Argentina, funcionários permitiram que os usuários entrassem nos trens sem pagar. Há uma semana diversas manifestações populares condenaram o aumento, de 127%.
Além disso, os metroviários recolheram cerca de 200 mil assinaturas, que incluem profissionais de outros setores, contra a medida do governo de Maurício Macri, do Pro (Proposta Republicana). Os trabalhadores também questionam 84 vetos dados por Macri nos últimos meses a propostas apresentadas no Legislativo, como por exemplo um subsídio vitalício para músicos que não conseguiram aponsentar-se.
"Quem veta tanto assim é alguém que rasga as contas e as atira no lixo", afirmou Susana Rinaldi, cantora e legisladora da capital, em entrevista ao jornal La Jornada. Susana ainda qualificou Macri como "o pai do veto universal".
De acordo com os manifestantes, pelo menos dois milhões de pessoas serão afetadas pelo aumento no bilhete do metrô. Algumas ONGs se uniram ao protesto para pedir que o aumento não seja levado adiante.
Outros protestos
A manifestação dos metroviários não é a única que Macri enfrenta neste momento. Os artesãos e camelôs que trabalham nas ruas do centro de Buenos Aires reclamam da dificuldade em trabalhar. Na última semana, a polícia foi enviada ao local para desalojar os manifestantes, provocando incidentes.
Para chamar a atenção dos milhares de turistas que frequentam a região, os vendedores e artesãos colocaram cruzes sobre as mantas nas quais expõem seus produtos. Enquanto isso, outros voltaram ao local para vender seus produtos, desafiando a ação policial.
Nesse caso, os manifestantes sustentam que legalmente estão autorizados a ocupar o espaço público para vender seus produtos, desde que não haja uma competência desleal.
*Errata: Ao contrário do que foi publicado anteriormente, os metroviários de Buenos Aires não entraram em greve.
http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=23526%3Afuncionarios-do-metro-de-buenos-aires-abrem-catracas-contra-aumento-de-127-do-bilhete&catid=281%3Alaboraleconomia&Itemid=183#.TxaWABdVbAU.facebook

Transporte público é ruim para 41% da população de grandes cidades

Serviço de transporte público é ruim para 41% dos brasileiros que vivem em cidades com mais de 100 mil habitantes| Foto: Renato Araújo/ABr

Da Redação
Pesquisa sobre a mobilidade urbana mostrou que 41% da população brasileira considera o serviço de transporte público ruim e 30% que o serviço é bom. Os dados são referentes municípios com mais de 100 mil habitantes. Nos municípios menores, com menos de 20 mil habitantes, a percepção sobre o transporte público é melhor, 39% da população avalia que o serviço de transporte coletivo é bom, e 27% considera ruim.
Estas informações fazem parte da segunda edição da Pesquisa de Mobilidade Urbana, divulgada nesta quinta-feira (19) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os pesquisadores do instituto fizeram um levantamento de como os brasileiros se deslocam no Brasil.
Foram entrevistadas 3.781 pessoas em 212 municípios de todas as regiões do país entre os dias 8 e 29 de agosto do ano passado. A pesquisa apontou também que quanto maior a renda salarial do usuário, menor é a utilização do transporte público.
O estudo mostrou que a Região Sul é a que mais utiliza carro como o principal meio de transporte. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a utilização de carros representa 64,85% da frota. De cada 3,62 habitantes, um possui carro. Na Região Norte, o principal meio de transporte é a motocicleta, que representa 64,32% da frota. A cada 100,44 habitantes, um possui moto.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Rodoviários de Porto Alegre ameaçam parar o transporte

Sindicato irá realizar mobilizações pela cidade a partir de quinta-feira

Em assembleia realizada nesta quarta-feira, os trabalhadores rodoviários de Porto Alegre decidiram manter o estado de greve e realizar mobilizações pela cidade a partir da manhã de quinta-feira. O presidente do Sindicatos dos Rodoviários em Transporte Coletivo de Passageiros Urbanos de Porto Alegre (Sindirodoviários), Júlio Gamaliel, disse que a categoria recusou a proposta da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP).
O sindicato patronal oferece um reajuste de 4% – menor que a inflação em 2011, de 6%. Os rodoviários pedem 22% de reposição e perdas salariais. De acordo com Júlio, a comissão de negociação manterá hoje os contatos com o sindicato patronal.

– As empresas podem pagar isso. Nós temos de ser respeitados – declarou.

A ATP, através de sua assessoria de imprensa, disse que não vai se manifestar no momento.

Aumento da tarifa
Um novo valor das passagens também depende do acordo com os rodoviários. As empresas devem encaminhar, até o final do mês, o pedido de reajuste das tarifas de acordo com as despesas do período e o pedido de aumento dos trabalhadores. A previsão inicial é que a passagem subiria cerca de 10%, ficando em torno de R$ 3.
De acordo com dados da EPTC, em torno de um milhão de pessoas utiliza o transporte coletivo de Porto Alegre.


DIÁRIO GAÚCHO
Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Trabalhadores pedem 22% de reposição e perdas salariais
Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Passagem pode subir para R$ 2,90 em fevereiro

18/01/2012 12:03

Gurizada, a coisa vai ficar feia. A passagem vai encarecer de novo em fevereiro. E, segundo uma projeção que leva em consideração os reajustes anteriores de 8%, a tarifa de ônibus de Porto Alegre pode subir para R$ 2,90. No ano passado, a Seopa (Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre) pediu 14,69% de aumento da tarifa (valor de R$2,81), mas o percentual autorizado foi de 10,2%.

Segundo o jornal Metro, o pedido de aumento das empresas pode superar os 10%, o que elevaria, com o arrendondamento, para R$ 3 o preço da passagem. No entanto, a prefeitura tentará ao máximo reduzir esse valor visando evitar protestos de movimentos estudantis e de partidos de oposição.
 O predidente da EPTC, Vanderlei Campellari, disse que só vai se manifestar sobre o reajuste quando o pedido chegar das empresas, o que ainda não te previsão.
 via Metro

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Repressão policial transforma protesto em batalha urbana em Teresina

No dia 6 de janeiro também houve ação da Polícia Militar| Breno Cavalcante/Especial/Sul21
Samir Oliveira
O centro de Teresina se transformou em campo de guerra na tarde desta terça-feira (10). De um lado, algumas centenas de estudantes que protestavam contra o aumento da passagem de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10. Do outro, mais de 400 policiais militares munidos de bombas de gás lacrimogêneo, escudos, balas de borracha, cassetetes e sprays de pimenta.
Os manifestantes ocupavam uma das principais avenidas da capital do Piauí, a Frei Serafim, durante o sétimo dia de mobilizações desde que o prefeito Elmano Férrer (PTB) decretou o aumento da tarifa municipal de transporte público. A reação da Polícia Militar ao protesto foi violenta e as informações oficiais são vagas.
Leia mais:

Quando os policiais começaram a disparar bombas e tiros, os manifestantes dispersaram. Os que ficaram para trás iam sendo arrastados pelo asfalto quente pelos policiais. Os que conseguiram escapar se esconderam em estabelecimentos comerciais próximos à avenida.
Enquanto tentavam fugir das balas de borracha e das bombas de gás, alguns manifestantes relatavam no Twitter a situação. O estudante de História Leônidas Freire Júnior contava em tempo real os acontecimentos da tarde de terça.
Manifestantes em Teresina na terça-feira, 10 de janeiro.
Policial ataca manifestante com spray de pimenta na terça-feira | Foto: Leônidas Freire Júnior/Especial/Sul21
“Neste momento, um clima de medo. Cavalos, tiros, bombas e muitas prisões ilegais”, disse o estudante. Em seguida, ele e um amigo conseguiram se abrigar num supermercado. “Policiais dentro do Bom Preço caçando estudantes. Eu e um amigo tentando nos esconder e ir embora”, relatou.
Assim como Leônidas, outros manifestantes utilizaram as redes sociais para contar como foi a repressão policial ao protesto. Uma estudante disse que estava “surda” de um ouvido  por causa das bombas. Outro manifestante diz que os policiais estavam prendendo até quem não protestava. “Policiais invadem a Panificadora Modelo e prendem uma moça que sequer fazia parte do movimento”,  escreveu.
A ação truculenta da Polícia Militar do Piauí gerou reação por parte dos manifestantes. Enquanto avançava para retirar os estudantes da avenida Frei Serafim, policiais foram alvejados com diversos objetos e tiveram que recuar e abrir caminho para o pelotão de choque, que já aguardava na retaguarda. Depois da operação, estudantes prometiam “revidar”.
As informações sobre o saldo final do protesto são desencontradas. Os manifestantes afirmam que 17 estudantes foram presos e já estariam na Casa de Custódia, sujeitos a uma fiança de R$ 6 mil para serem libertados. Outros sites de notícia do Piauí informam que os detidos foram indiciados por desacato à autoridade, formação de quadrilha, resistência e obstrução da via pública.
Dentre os prisioneiros, que estão sendo qualificados de “presos políticos” pelos manifestantes, está a filha e o ex-marido de Lourdes Melo, ex-candidata do Partido da Causa Operária (PCO) ao governo do Piauí e à prefeitura de Teresina.
A reportagem do Sul21 passou a tarde inteira tentando contato com a Secretaria de Segurança Pública do Piauí e a com a Polícia Militar, mas não obteve retorno. Na secretaria, após repetidas tentativas, o telefone sequer chegou a ser atendido. Na PM, o telefone estava constantemente ocupado.
Confira imagens da TV Cidade Verde, retransmissora do SBT no Piauí, que mostram a repressão policial ao protesto de terça-feira.
“Não foi um confronto, foi um massacre”, denuncia estudante

O estudante de História da Universidade Federal do Piauí Leônidas Freire Júnior esteve no protesto de terça-feira (10) e conta como foi a ação da Polícia Militar. Ele conversou com oSul21 no final da tarde de quarta-feira (11), enquanto se dirigia à avenida Frei Serafim, no centro de Teresina, para engrossar o coro de manifestantes que já se encontravam no local.

Sul21 – Como foi o protesto de terça-feira (10)?
Leônidas Freire Júnior – Foi uma cena de brutalidade muito grande. Combinamos que o protesto seria pacífico, todos tinham velas na mão, em referência ao sétimo dia de manifestações. Um grupo ficaria em pé e deixaríamos os carros passarem. Mas a polícia impediu nossa passagem, então sentamos na avenida (Frei Serafim). O coronal da PM falou que tinha ordem de nos remover da avenida, e um advogado que estava conosco pediu uma ordem por escrito. Mas eles deram cinco minutos para que saíssemos e não quiseram nem saber. Ficamos sentados e quando a polícia viu que não iríamos sair, mandaram o pelotão de choque. Não foi um confronto, foi um massacre. Misturaram a tropa de choque com a cavalaria. Um policial caiu de um cavalo e o animal saiu em disparada no meio da avenida. Foi uma correria. Uma menina quebrou o nariz e quase perdeu a visão. Teve gente que ficou com estilhaço de bombas. Eu e um amigo fomos ameaçados por um policial e tivemos que fugir. A PM entrava nos supermercados e pegava qualquer um. Tivemos que nos esconder.

Sul21 – Quantos estudantes foram presos?
Leônidas – Foram 15 pessoas presas ontem. Os estudantes, réus primários, não estão tendo direito a habeas corpus e estão sendo encaminhados ao presídio. Estão ameaçando, inclusive, levar os detidos a um presídio de segurança máxima.

Sul21 – Tu não participaste do início dos protestos quarta-feira (11), há receio em ficar muito marcado pelos policiais?
Leônidas – Não participei no começo porque sofri ameaças, junto com um amigo. Tem muito policial à paisana infiltrado. E a gente fica participando das manifestações e nosso rosto fica marcado por eles. Por uma questão de segurança, é preciso recuar um pouco, trocar de camiseta constantemente, mudar o cabelo… Porque a perseguição é política mesmo. É ideológica.

Sul21 – E ainda há seguranças privados contratados pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina?
Leônidas – Ainda tem seguranças privados. Eles tentam disfarçar e se infiltrar e ameaçam os estudantes. Inclusive o primo do dono de uma empresa de transporte bateu nuns estudantes, com cobertura da PM. E uma promotora do Ministério Público Estadual entrou no caso apoiando a polícia.

Sul21 – A truculência da polícia também gera reações dos estudantes. Vimos nas imagens de terça que arremessaram objetos.
Leônidas – Os objetos tocados foram as velas que tínhamos nas mãos. Eu mesmo arremessei uma.

Sul21 – A repressão policial não desencadeará uma reação mais violenta por parte dos estudantes? Há coquetéis molotov nas manifestações?
Leônidas – Isso é uma incógnita. Tem a ala partidária que está mais calma e tem a ala anarquista, que entende que o Estado não quer negociar e que a única forma de agir é essa. Até agora ninguém jogou coquetel molotov. Eu já vi um, mas não foi utilizado. Nosso medo é algum estudante leve um tiro e morra. Só ontem mais de cinco deram entrada no hospital.

Sul21 – Qual o papel das redes sociais na organização do movimento?
Leônidas – As coisas estão sendo dinâmicas e espontâneas. Sabemos quais manifestantes estão com smartphone e onde estão. Eles observam a movimentação da polícia e assim vamos nos comunicando.

Sul21 – Como tu projetas que os protestos continuem daqui pra frente?
Leônidas – O poder público entende que com esse tipo de repressão iremos parar. Não sabemos o que vai acontecer, mas não vamos recuar. Agora não estamos em aula, mas se o movimento ficar até fevereiro, colocamos mais de 50 mil pessoas nas ruas.

Sul21 – E como está sendo a cobertura da mídia local sobre o assunto?
Leônidas – Quase toda mídia local está comprada. Há claras definições ideológicas, políticas e partidárias. Alguns portais, como o AZ e o 180 Graus, tentam dar um mínimo de imparcialidade à cobertura. Mas a maioria nos chama de vândalos e de vagabundos. Há uma propaganda muito forte na televisão, em programas populares, que dizem que temos mais é que apanhar. Dizem para os pais não mandarem seus filhos ao centro de Teresina, pois estaríamos usando drogas.

Fotógrafo de jornal local é agredido e censurado por policiais
Não foram só os manifestantes que tiveram que enfrentar a repressão truculenta da Polícia Militar do Piauí na tarde desta terça-feira (10). Profissionais da imprensa que cobriam ao protesto também foram intimidados, agredidos e até censurados pelos policiais.
Policia Militar do Piauí faz barreira no centro de Teresina - do twitter do Leônidas Freire Júnior @leonidasfreirejr
Polícia Militar montou barreira e logo em seguida foi em direção aos manifestantes | Foto: Leônidas Freire Júnior/Especial/Sul21
O repórter Cícero Portela, do jornal O Dia, relatou ter sido agredido por supostos policiais à paisana nas imediações da avenida Frei Serafim, no centro de Teresina. Ele se retirava do local após registrar imagens de agressões a manifestantes quando foi cercado por dez homens vestindo camisetas pretas – os mesmos que foram flagrados pelo jornalista agredindo um manifestante.
O repórter conta que retiraram a máquina fotográfica das suas mãos, sob a alegação de que as imagens feitas poderiam prejudicar os envolvidos. Quando tentou argumentar, um dos agressores ameaçou danificar a câmera.
Enquanto um dos supostos policiais dizia para o jornalista “vazar”, outro questionava: “Esse aí não vai ser preso, não?”. De acordo com Cícero, toda a ação foi observada por dois policiais militares com a farda da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone),  que não fizeram nada para evitar que lhe roubassem o cartão de memória da máquina fotográfica.
O repórter registrou Boletim de Ocorrência no 1º Distrito Policial e o Sindicato dos Jornalistas do Piauí divulgou uma nota condenando as ações truculentas contra os profissionais da imprensa.
Policial militar lamenta estar de folga e não poder reprimir manifesantes
Na terça-feira (10), dia de maior repressão policial aos protestos estudantis contra aumento da passagem em Teresina, um integrante da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (Rone) lamentou em sua página no Facebook que estava de folga. Enquanto seus colegas de farda arrastavam estudantes pelo asfalto, Gilberto Carlos de Souza se queixava de não poder estar “botando pra quebrar”.
Estudante ferido com balas de borracha durante protesto em Teresina
Manifestante teve a perna alvejada por balas de borracha na terça-feira | Foto: Leônidas Freire Júnior/Especial/Sul21
O policial escreveu, literalmente:  “QUE DROGA, JUSTO HOJE QUE ME DERAM FOLGA , A TROPA DE CHOQUE BOTOU PRA QUEBRAR , MOSTROU PRA QUE VEIO, BOTOU VAGABUNDO PRA CORRER , PRENDEU VÂNDALOS E ANARQUISTAS , BELEZA , A POPULAÇÃO QUE SOFREU POR CONTAS DESSES VÂNDALOS, AGRADECE , VALEW MESMO!!!!”.
Depois que o portal 180 Graus divulgou um print screen com a postagem, Gilberto Souza retirou o comentário do seu perfil. Mas a página do policial no Facebook está recheada de declarações que demonstram as posições truculentas do PM.
Numa das manifestações, ele compartilha uma foto do Capitão Nascimento, conhecido personagem do filme Tropa de Elite, com os dizeres (incluindo os erros de português): “Capitão Nascimento eh extritamente contra a pena de morte. Ele diz que não devemos ter pena de matar os bandidos!”.
Ônibus foi depredado em local longe dos protestos
Relatos da imprensa local de Teresina dão conta de que um ônibus foi apedrejado por sete jovens nesta terça-feira (10), em um local distante do centro, onde ocorreram os protestos contra o aumento na passagem. O motorista do veículo da empresa Transcol, Daniel Macedo, conta que por volta das 19h os jovens quebraram o pára-brisa e apedrejaram a lateral do ônibus, que estava parado no semáforo.
Macedo afirma que havia 20 passageiros dentro do veículo e todos, inclusive o próprio motorista, saíram correndo quando o ataque começou. Toda a ação teria durado, no máximo, dois minutos, e os jovens deixaram o local a pé.
O motorista prestou queixa no 1º Distrito Policial.

Protestos seguiram acontecendo na quarta-feira
Depois de um dia de repressão violenta, manifestantes voltaram a ocupar o centro de Teresina para protestar contra o aumento da passagem de ônibus, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10 no início do ano. Na tarde desta quarta-feira (11), o oitavo dia dos protestos, cerca de 1.500 estudantes ocuparam novamente a avenida Frei Serafim.
O aluno de História da Universidade Estadual do Piauí, Breno Cavalcante,  falou com o Sul21direto da mobilização e conta que o efetivo policial estava igual ao de terça, mas que até as 17h os estudantes ainda não haviam recebido ordem de desocupar a avenida.
Ele comenta que, após a violenta repressão de terça,  os manifestantes estão preparados para reagir caso a polícia inicie um confronto.  “A galera está indignada e irá reagir”, garante.
Durante toda a tarde, os jovens se organizavam e trocavam informações pelo Twitter, através das hashtags #contraoaumentothe e #massacreteresina. Confira abaixo algumas manifestações feitas pelas redes sociais.
“Em Teresina-PI, o prefeito acha normal pessoas quebradas, mas ônibus quebrados é inaceitável.”
“Não consigo conter as lágrimas… Elas descem em um fluxo contínuo. É revoltante saber quem deveria manter a ordem é que gera o sofrimento.”

“Ditadura, Coronelismo, Clientelismo, Politicagem… cadê a galera do Ensino Médio pra aprender história na prática?!”

“O PM na Cidade Verde agora dizendo que só agiram porque foram atacados. Atacados com ideias, só se for. “
“500 policiais podem contra 30 estudantes. Quero ver eles irem contra 3.000 logo mais.”
“Muito feliz em ver minha cidade acordar. Chega do Coronelismo da prefeitura, vamos à luta! É, minha gente, polícia é pra proteger o patrimônio de quem interessa, não o povo.”

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Polícia Militar reprime brutalmente manifestação

Em Teresina, 170 estudantes foram presos por realizarem manifestação contra aumento da passagem de ônibus


11/01/2012

Da Redação

Estudantes de Teresina (PI) foram reprimidos pela Polícia Militar por realizarem uma manifestação pacífica na avenida contra o aumento da passagem e a cobrança da integração de ônibus, na terça-feira (10). 

A PM atirou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação que fechava a Frei Serafim, principal acesso a capital piauiense. Depois disso, feriu, arrastou e prendeu estudantes. A Cavalaria também foi acionada.

Um vídeo registra o momento em que um bloco de policiais parte em direção aos civis, que reagiram com gritos e bolas de papel. Os PMs recuaram para, em seguida, abrirem espaço para a tropa de choque atirar contra os manifestantes. Segundo a assessoria da imprensa da PM, 170 estudantes foram presos depois da repressão.

Nas redes sociais circula ainda uma foto de um estudante de direito que foi agredido pela PM por participar dos seguidos protestos que ocorrem na cidade. Ele está com os olhos machucados e com o rosto ensangüentado. 

Os estudantes querem a gratuidade do sistema de integração entre os ônibus e são contra o aumento da passagem de R$ 1,90 para R$ 2,10 na capital.



"Carta aberta aos Sr. Gustavo Varella e a tod@s aqueles que gritam por repressão aos quatro ventos,

nos idos de 2007 o Movimento Estudantil da Universidade Federal do Espírito Santo estava contrário a um plano do Governo Federal de ampliação de vagas, chamado REUNI. @s estudantes eram contrários a esse plano pois ele não previa nenhuma contrapartida em estrutura para manter tais estudantes na Universidade. Hoje, podemos ver que as previsões do ME eram certeiras, e muitos cursos foram abertos sem professores, sem prédios, sem assistência, ou seja - ampliação para inglês ver.

Naquele momento, como era de se esperar, houve uma grande repressão do governo. Em uma ocupação, legítima, decidida em fóruns do Movimento da Universidade, a Administração Central da UFES, absurdamente, decidiu colocar toda a vigilância federal para coagir @s estudantes. Socos, cacetetes e até a Polícia Militar foram chamados para agredirem e não deixarem @s manifestantes se manifestarem. A consequência disso foi uma série de intimações sofridas por uma série de estudantes para depor na Polícia Federal.

Foi nessa época que conheci o sr. Gustavo Varella. Foi-nos indicado o nome dele, e inclusive seus gordos honorários foram pagos por apoiadores do movimento, para ser advogado dos indiciados. Claro que ficamos com o pé atrás, não era o advogado com que estávamos acostumados a lidar. Não era advogado de movimento social, mas quem o indicou nos garantiu que era um ótimo advogado e que entenderia a demanda do coletivo. Eu me lembro da reunião que fizemos, um bonachão, rindo de tudo e nos dizendo para ficarmos tranquilos já que estávamos apenas defendendo nossos direitos. Mesmo que não tenha nos acompanhado nas intimações, essas foram muitro tranquilas e saímos da Federal apenas com um susto.

Hoje, cerca de 5 anos depois, @s estudantes estavam, legitimamente também, se manifestando contra o absurdo do aumento anual das passagens de ônibus. O movimento contra o aumento pede para que o Governo ouça, decentemente, a sociedade civil antes de decidir o aumento e que seus argumentos para o mesmo sejam mais razoáveis. Pede também passe livre para estudantes e desempregad@s. Normalmente, e esse ano não pôde ser diferente, o Governo coloca a força coercitiva do Estado para reprimir e agredir @s manifestantes. Infelizmente isso é comum no sistema em que vivemos mas não podemos nos acostumar.

A diferença desse momento foram as redes sociais. Ouvimos uma série de pessoas que não conhecemos apoiando o movimento e também pessoas contrárias. O que não esperávamos ouvir, e é aí que o sr. Gustavo Varella entra na história, em uma série de declarações de advogados contrários ao movimento de uma das formas mais absurdas possíveis. O advogado em questão disse, sem tirar nem por, o seguinte: "Espero que o Governo do ES dessa vez baixe o sarrafo, cubra de porrada quem atentar contra a ordem pública. Quem será o interlocutor do Gov?".

Não entendo o que mudou de lá para cá, não entendo o que mudou no mundo para que um advogado que há 5 anos atrás defendeu um movimento reivindicatório ser tão absurdamente reacionário (e criminosos) como o mesmo que fez essa declaração. Talvez o dinheiro no bolso dele. Hoje, sinto vergonha de ter participado daquela reunião com ele, sinto vergonha de ter sido defendido e representado pelo mesmo. Termino essa carta declarando total apoio aos manifestantes e seus pedidos. Não podemos aceitar um governo, eleito pelo povo, agredinto a população do estado. Fora Casagrande! Fora Gilvado! E por último, mas não menos importante, fora Gustavo Varella! Não nos representa!

Ricardo Nespoli, estudante, trabalhados e manifestante!"