quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

IMPASSE: o Documentário sobre as manifestações dos estudantes contra o aumento da tarifa do transporte em Florianópolis !



Foi lançado o documentário Impasse, sobre as manifestações dos estudantes contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em Florianópolis.  
Além de cenas que não foram exibidas em nenhuma tevê, incluindo flagrantes de violência durante os atos públicos ocorridos em maio e junho deste ano, o documentário revela o que pensam usuários, trabalhadores, especialistas e empresários do transporte. Expõe as contradições e as diferenças de posição dos estudantes e dos representantes dos governos municipal e estadual.
Impasse discute ainda questões que se entrelaçam e se completam: Por que a cidade se tornou um símbolo na luta pelo transporte público? O que aconteceu durante a ação da Polícia Militar na Universidade do Estado de Santa Catarina no dia 31 de maio de 2010? Quais são os limites e os direitos dos movimentos sociais na democracia? Quais são os prós e os contras do atual modelo de transporte? Por que a mobilidade urbana é um dos grandes temas do século XXI? Existe, afinal de contas, saída para este impasse?
O documentário, de 80 minutos, é dirigido por Juliana Kroeger e Fernando Evangelista, jornalistas catarinenses com experiência em coberturas de conflitos no Oriente Médio, na África e na Europa. A realização é da produtora Doc Dois.
Mais informações: www.impasse.com.br

R$ 2,55 e R$ 2,90 pelo direito de ir e vir em Joinville



O prefeito Carlito Merss (PT) anunciou na manhã desta quarta-feira, 29 de dezembro, os novos valores das tarifas do transporte coletivo de Joinville. A partir da zero hora do dia 5 de Janeiro, as passagens vão custar R$ 2,55 (antecipada) e R$ 2,90 (embarcada). Percentualmente, é um aumento de 10,87% na tarifa antecipada e de 7,4% na embarcada.

O aumento nas tarifas afeta principalmente a parcela mais pobre da população - trabalhadores informais, moradores das periferias afastadas do Centro e desempregados - além dos estudantes de ensino fundametal, médio e universitário.

Ele foi dado utilizando uma velha tática das empresas de ônibus: pedem um reajuste inescrupulosamente alto para que a prefeitura dê um valor menor. Nesse ano, Gidion e Transtusa queriam uma tarifa de R$ 2,88, ou ainda, 25% de aumento. Carlito também anunciou o aumento no pagar das luzes, temeroso do desgaste político que poderá sofrer, como ocorrido em 2009. O temor tem fundamento, afinal, seu Plano de Governo prevê justamente o barateamento das tarifas, mostrando, mais uma vez, a promessa de campanha quebrada.

Além disso, janeiro é um mês estratégico para um aumento nas tarifas, pois dificulta a mobilização dos estudantes contra o aumento. Mesmo assim, a mobilização contra o aumento das tarifas já foi iniciada. A Frente de Luta pelo Transporte Público - composta pelo Movimento Passe Livre, militantes do PSOL, além de outras organizações - já iniciou panfletagens no terminal central e marcou um ato para o dia 6 de janeiro.

O ato ocorrerá na Praça da Bandeira, às 18 horas.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O preço da volta para casa; país tem 37 milhões de pessoas que não têm dinheiro para pagar passagem regularmente

Marcelo Remígio
RIO - Madrugada no Parque São José, bairro da periferia de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Às 4h30m, o operário da construção civil Lincoln Key Taíra, 49 anos, tira do bolso R$ 5,50 para a passagem do ônibus. Ao sair de casa com destino ao trabalho, Taíra não tem a certeza de voltar para casa à noite, abraçar a mulher e os quatro filhos. Quando não consegue o dinheiro para pagar a tarifa, resta a ele procurar um lugar para dormir. Para não ficar na rua, Taíra recorre à calçada do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, como abrigo.
O morador de Belford Roxo é um dos 37 milhões de brasileiros que, semanalmente, não podem usar o transporte público de forma regular, por não terem como pagar a tarifa ou, simplesmente, como forma de economizar. A estatística é da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e tem como base estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
- Temos as tarifas de ônibus mais caras de toda a História, pesando cada vez mais no orçamento. Não é uma exclusividade do Rio, é praticamente em todo o país - afirma Ailton Brasiliense, pesquisador da NTU que se dedica há 35 anos ao estudo dos transportes.
Rotina árdua de ônibus lotados
O caminho entre a casa e o trabalho é longo para Taíra. São cerca de 40 quilômetros até o Centro do Rio que, muitas vezes, transformam-se em uma viagem cansativa que supera duas horas.
- Além de o ônibus demorar para aparecer, anda sempre cheio e, quando chega na Avenida Brasil (uma das principais ligações entre a região central do Rio com a Baixada Fluminense e a Zona Oeste), o trânsito não anda. O ônibus fica preso no engarrafamento - reclama Taíra, que trabalha em uma empreiteira como calceteiro (pedreiro que faz calçadas) e presta serviço para a prefeitura do Rio. Sua jornada no emprego começa às 7h e vai até o fim da tarde. Para não se atrasar, ele sai de casa antes das 5h.
A renda mensal de Taíra é de pouco mais de R$ 1 mil. Ele economiza para garantir a volta para casa. Mas nem sempre consegue. Na madrugada do dia 4, fez do corrimão de acesso ao setor de emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar uma cama. O local, diz ele, é mais seguro, longe da violência, do sereno e do frio.
- Hoje não consegui dinheiro. Também não pedi emprestado - disse Taíra, que se orgulha do sobrenome. - Meu filho descobriu, na internet, que meu pai é descendente e samurais japoneses. Herdei a força deles, só não aprendi a lutar- brinca.
Segundo a NTU, o transporte público é responsável no Brasil pelo deslocamento diário de 59 milhões de passageiros. Os ônibus detêm 92% da demanda e, afirma Ailton Brasiliense, o serviço pouco difere nas capitais. Para ele, os baixos investimentos refletem hoje no bolso dos brasileiros.
- A falta de corredores exclusivos para ônibus, os engarrafamentos, ruas e estradas ruins, além da falta de planejamento das cidades, que empurraram a população para a periferia obrigando a ter linhas com percursos longos, contribuíram para a tarifa elevada. Como não há investimentos, muitos passageiros deixam de usar o transporte público e compram um carro velho. Ou seja, mais engarrafamentos, poluição e queda na qualidade de vida nas cidades, um caos.
O transporte coletivo movimenta R$ 25 bilhões por ano e gera 500 mil empregos diretos. A maioria dos usuários é de baixa renda. Nos últimos 12 anos, o sistema regular de transporte perdeu 30% de demanda.
Brasiliense ressalta que a carga tributária responde por 11,6% do valor das tarifas nas capitais, encarecendo o serviço. O pesquisador cita apenas Curitiba, capital do Paraná, como um exemplo de organização no transporte. Os corredores exclusivos para ônibus começaram a ser planejados e implantados ainda nos anos 1960.
- Isso aconteceu quando a cidade tinha apenas 340 mil habitantes.
Taíra não era o único a dormir no Souza Aguiar. Distante poucos metros, dentro do setor de emergência, o ambulante Paulo Gardino, 53 anos, morador na Vila Santo Antônio, em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, encontrou abrigo. Com uma renda mensal de R$ 600, ele mantém uma rotina noturna de dormir no hospital ou em igrejas evangélicas, que promovem vigílias.
O ambulante tem como hobby a percussão. Toca em igrejas cristãs e participa de gravações de CDs de música gospel de cantores iniciantes. O trabalho é garantia de reforço no bolso. Gardino conta que sempre foi ambulante. Sua renda não é suficiente para conseguir manter a casa, mulher e quatro filhos. Acaba faltando para o transporte. De segunda a sábado, ele trabalha no Centro do Rio, próximo à Central do Brasil, área de comércio popular e de grande movimentação de pedestres.
- Vendo de tudo, mas o que sai mais é refrigerante e água. Gostaria de ir todo dia para casa, mas nem sempre dá - diz.
Fã de Roberto Carlos, ele sonha em se dedicar à música:
- Toco bongô, gosto de música. Às sextas-feiras à tarde, me apresento num culto - conta ele, que segue rígidas recomendações de seu pastor, que vão desde ser dizimista a nunca tirar fotos.
Aos sábados, quando volta para casa, o dinheiro economizado com o transporte financia uma pequena felicidade: ele leva os quatro filhos para passear no Parque do Flamengo.

Aumento da Passagem em Caxias do Sul

Transporte coletivo | 23/12/2010 | 16h53min 

Conselho aprova passagem de ônibus a R$ 2,50 em Caxias do Sul

Decisão final agora depende do prefeito José Ivo Sartori


Em meio a protestos de estudantes e integrantes de movimentos sociais, o Conselho Municipal de Trânsito e Transportes aprovou na tarde desta quinta-feira a passagem de ônibus a R$ 2,50 em Caxias do Sul. Dos 16 conselheiros, 13 votaram a favor do aumento.

O preço foi sugerido por um estudo técnico da Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM). Isso representa um aumento de 13,6% sobre o preço atual, que é de R$ 2,20. O valor do táxi-lotação subirá de R$ 2,50 a R$ 2,75.

A aprovação, porém, não significa uma decisão final. A tarifa precisa ser autorizada pelo prefeito José Ivo Sartori (PMDB). Mas são grandes as chances do preço ser fixado em R$ 2,50 porque Sartori geralmente tem aceitado as decisões do Conselho.

As novas tarifas devem vigorar a partir de 1º de janeiro, por meio de decreto.

O Conselho é formado por representantes de 18 entidades e secretarias municipais, além da Visate, a concessionária do transporte coletivo urbano. As novas tarifas, segundo estudo da SMTTM, levaram em conta o aumento das gratuidades, o aumento da quilometragem percorrida, o resultado dos dissídios dos funcionários e o custo dos insumos veiculares, entre outros encargos.

Conforme o titular da SMTTM, Jorge Dutra, as planilhas de custos e cálculos serão divulgadas no prazo máximo de 15 dias após o decreto do prefeito. A transparência no processo é cobrada pela vereadora Denise Pessôa (PT).

O material, segundo Dutra, estará disponível no site da prefeitura, atendendo a exigência das diretrizes do transporte público de Caxias.

Fonte: Jornal o Pioneiro.

A passagem subiu, o salário dos deputados estaduais e federais subiu... e o Seu salário???

domingo, 19 de dezembro de 2010

Fatos que estão na memória da população: Aumento 2010

A tarifa de ônibus na Capital teve um aumento de 6,52%, e passou de R$ 2,30 para R$ 2,45. 
Capital gaúcha passa a ter a terceira maior tarifa do Brasil, atrás de Campo Grande (R$ 2,50) e Florianópolis (R$ 2,70).


Vereadora Fernanda Melchionna no incío de 2010 protesta na Câmara de Vereadores: "Aumento na passagem reduz pães na mesa do trabalhador"




Em reação ao aumento da tarifa de transporte coletivo de Porto Alegre, que entrou em vigor nesta segunda-feira (8/2), a vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) utilizou a tribuna da Câmara Municipal para protestar. A parlamentar demonstrou a quantia de pães que poderiam ser comprados com o gasto que os trabalhadores vão ter a mais com transporte a cada mês. "Aqueles que utilizam duas passagens por dia, seis dias por semana, vão gastar R$ 7,20 a mais com passagens".
Fernanda lembrou que o aumento na tarifa foi maior que a inflação dos últimos meses. A passagem a R$ 2,45 representa 6,52% a mais, enquanto a inflação foi de 4,09%. “Isso só acontece porque os empresários do transporte, ano a ano querem ganhar mais”, denunciou a vereadora, e completou: “mas não haveria esse aumento se o prefeito não desse aval à sede de lucro do capital”.
“Trinta pãezinhos: Isso é o que o prefeito Fogaça está tirando da mesa do trabalhador todos os meses para dar aos empresários”, exclamou na tribuna, ao mostrar os pães. Fernanda ainda lembrou que Porto Alegre agora tem uma das passagens mais caras do país.

Lara Nasi (reg. prof. 14188)
Gabinete da vereadora Fernanda Melchionna/PSOL
Origem:
 http://www2.camarapoa.rs.gov.br/default.php?reg=11446&p_secao=246&di=2010-02-08