quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PORRADA NO BUSÃO: Estudantes de Porto Velho combatem o aumento da tarifa quebrando ônibus, atirando pedras na prefeitura e enfrentando a polícia
















No dia 17 de fevereiro, os barões do monopólio do transporte público e seus lacaios da prefeitura de Porto Velho-RO estremeceram diante da revolta de cerca de 150 estudantes universitários, secundaristas e trabalhadores que foram às ruas com bandanas cobrindo os rostos, faixas, cartazes e bandeiras, em repúdio ao aumento abusivo da tarifa de ônibus que foi de R$2,30 para R$2,60 na capital. Este aumento foi o estopim para o levante de uma população que sofre todos os dias com a espera de mais de uma hora por ônibus lotados e sucateados, que não dispõe de terminal de integração, que fica em paradas sem abrigos sujeita ao sol e à chuva, que não tem Passe Livre para estudantes e etc. 

A manifestação "PORRADA NO BUSÃO" foi organizada pelo CLDP (Comando de Lutas em Defesa dos Direitos do Povo), o qual é composto por estudantes da UNIR (Universidade Federal de Rondônia), de várias escolas secundaristas, alguns Centros Acadêmicos e o MEPR. Os estudantes tinham por objetivo chegar até a prefeitura e entregar a pauta de reivindicações. Logo no início da trajetória um ônibus foi destruído por estudantes indignados com o péssimo serviço do transporte público. 

A manifestação prosseguiu com ímpeto e combatividade na Av. Sete de Setembro, centro comercial da cidade, agregando mais estudantes e trabalhadores às suas colunas. As pessoas que estavam nos pontos de ônibus tomavam a palavra e demonstravam todo o seu ódio contra o prefeito Roberto Sobrinho do PT e seu secretário de transporte Itamar Ferreira, antigo presidente da CUT-Rondônia, serviçais empenhados em aumentar o lucro do dono das empresas Três Marias e Rio Madeira a custa do suor do povo trabalhador. 

Ao chegar na Av. Carlos Gomes a quebra de outro ônibus manifestou a resistência do povo contra as condições de miséria e exploração a que está submetido. Com mastros de bandeiras e pedras alguns manifestantes quebraram os vidros do veículo. Longe das vistas do grupo a polícia militar prendeu dois jovens que seguiam em direção oposta. 

"2,60 não! Porrada no busão!", "Se a tarifa não baixar o pau vai quebrar!" foram algumas das palavras de ordem que impulsionaram a manifestação até a frente do palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho. 

Ao chegar à prefeitura, a polícia militar tentou prender um estudante que havia se destacado, mas ele resistiu e chamou pelos outros que correram para resgatá-lo. Os cães do estado tremeram nas bases diante da combatividade dos estudantes que tiraram o estudante das garras da repressão e se defenderam com o que tinham em mãos. Os policiais, mostrando a quem serve o velho estado brasileiro, sacaram as pistolas, atiraram para o alto e apontaram para os rostos dos estudantes. Três estudantes acabaram sendo presos de forma truculenta. A cena veiculada na imprensa, com cinco policiais agindo de forma covarde, truculenta e vingativa, batendo em apenas um estudante, que já estava rendido, gerou extrema revolta na população da cidade. 

A prefeitura de Porto Velho em declarações à imprensa tentou criminalizar o movimento e defendeu uma suposta necessidade do aumento da tarifa. Os oportunistas da atual gestão do DCE da UNIR(ligados ao PT/PCdoB/UNE) fizeram coro com o prefeito e com os empresários ao divulgar uma nota criminalizando o movimento estudantil, assumindo de uma vez por todas sua postura pelega, governista e contrária a luta dos estudantes e do povo. 

O CLDP respondeu a prefeitura em nota e quanto a criminalização declarou: "Não somos criminosos! Somos estudantes e trabalhadores e continuaremos lutando com todas as forças até garantir nossos direitos. A atitude da juventude presente na manifestação se justifica e é legítima, o povo tem o direito de se rebelar, a radicalização da luta é reflexo do grau de exploração e revolta da população contra a violência sofrida diariamente ao utilizar o transporte público de Porto Velho. Ao invés de criminalizar e correr do debate fazendo reuniões do COMTRANS (Conselho Municipal de Trânsito) na calada da noite, o prefeito deve receber e discutir o transporte público coletivo com quem realmente utiliza e depende dele."

O CLDP diz que irá engrossar as fileiras e continuar a luta pela redução da passagem de ônibus, pela qualidade no serviço do transporte público coletivo e exigindo o PASSE LIVRE estudantil. 

Para mais informações acessem o blog do CLDP:  http://comandodelutasdopovo.blogspot.com

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