sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Correria, bombas de efeito moral e feridos marcam protesto de estudantes no Recife

75286992a432cb2d29eb25921e9e6283.jpg
Bombas de gás lacrimogêneo foram arremessadas contra os estudantes
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Vanessa AraújoEspecial para o NE10
 
O que era para ser uma manifestação pacífica, na manhã desta sexta-feira (20), terminou em correria, confusão e a sensação de impotência. Se no início da passeata dos estudantes, que pretendiam seguir em direção à sede do Grande Recife Consórcio de Transportes, no Cais de Santa Rita, área central do Recife, a caminhada se deu tranquilamente, quanto mais chegava próximo do destino final, a polícia começava a dar sinais de que agiria com energia. Os estudantes protestam contra aumento de 6,5% nas passagens de ônibus do Grande Recife. A mobilização segue com novos confrontos, durante a tarde, e estudantes prometem novo protesto.
http://www2.uol.com.br/JC/_ne10/cotidiano/foto/protesto02.jpg
Foto: Vanessa Araújo/Especial para o NE10

Quando o protesto, que já contava com mais de 200 pessoas, entrou na Avenida Dantas Barreto, a Tropa de Choque fez barricada, na tentativa de impedir a manifestação. Em vão. Os estudantes estavam dispostos a prosseguir. Tentaram negociação para que se dispersassem. Não houve acordo.


Com gritos de "O povo não é bobo, aumento de passagem é roubo" e "Se a passagem aumentar, o Recife vai parar", os estudantes receberam a notícia de que a tarifa subiria quando já estavam na Avenida Dantas Barreto. O discurso mudou para "A passagem aumentou, o Recife já parou".

Mesmo com clima tenso, os estudantes continuaram a manifestação. Próximo à Dantas Barreto, o comandante do Batalhão de Choque deu a ordem para os policiais agirem. A orientação dada para alguns repórteres foi para que se afastassem. Ironicamente, momentos antes, o comandante do 16º Batalhão de Choque, Coronel José Antônio, garantiu aos estudantes que estava ali para garantir a segurança e a paz (veja no vídeo abaixo).

Foi quando chegaram à Avenida Martins de Barros, em frente ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que a situação se agravou. Os manifestantes tentaram seguir para o Palácio do Governo. Nova barricada se armou. De um lado, policiais do Batalhão de Choque, com balas de borracha e bombas de efeito moral. Do outro, estudantes indignados com o aumento da passagem e com a violência, repórteres, fotógrafos, população esperando ônibus, vendedores de peixe na beira do Cais.
O bombardeio seguido das bombas causou correria. Um estudante sangrava na barriga, atingido por uma bala de borracha. Uma cadeirante que se juntou à manifestação quase foi atingida por uma bomba. Várias pessoas passaram mal com o gás, inclusive a repórter que assinou esta matéria. "Olhos, boca e nariz ardendo e tontura me fizeram procurar ajuda. Passava perto de um ônibus quando vi os vidros do veículos sendo despedaçados, por causa de uma pedra jogada por um dos manifestantes. Sentei no chão. A manifestação se dipersou. A polícia continuava dando sinais de sua força".
Foto: Daniel Guedes/Blog de Jamildo, para o NE10
http://www2.uol.com.br/JC/HTML_PORTAL/cotidiano/imagens/marcelo_diniz_470.jpg
TENSÃO Estudante Marcelo Diniz mostra ferida feita pela bala

Nenhum comentário:

Postar um comentário