terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vem aí mais um assalto ao bolso do porto-alegrense

A passagem de ônibus em Porto Alegre, que já é cara, pode ficar ainda mais cara: pelo que fiquei sabendo via Twitter, a tarifa pode subir a R$ 2,75! Como sempre, o aumento vem no meio do verão, para dificultar a mobilização dos cidadãos.
Já se paga muito por um serviço que não melhora, muito pelo contrário. Se ao menos toda a frota tivesse ar condicionado (em verões rigorosos como este, faz muita falta), os horários fossem cumpridos e os veículos andassem menos cheios, seria menos injusto gastar R$ 2,45 (tarifa atual) por viagem.
Com tantos aumentos, a diminuição no número de passageiros que se verificou muito nos últimos anos é uma consequência óbvia. Eu próprio sirvo de exemplo: antigamente valia a pena pegar ônibus para deslocamentos relativamente curtos, pois o gasto não era tão grande – e com ar condicionado num dia de calorão, então, podia-se dizer que era quase “de graça”, dado o conforto; agora, só pego ônibus se o lugar para onde vou é realmente longe, ou se corro risco de chegar atrasado. Se bem que de ônibus também se corre tal risco, dados os atrasos e o trânsito cada vez mais caótico – que é estimulado por tantos aumentos, pois com um transporte público ruim, quem tem carro dificilmente irá deixá-lo na garagem, e a maioria de quem não tem quer logo ter.
Até para ir aos jogos do Grêmio, tenho levado o hino ao pé da letra, indo a pé ao Olímpico (e às vezes voltando também). E não é um deslocamento relativamente curto: são aproximadamente quatro quilômetros de caminhada.
Ah, e tudo isso sem contar o péssimo estado de conservação das paradas de ônibus em Porto Alegre… Lembrando que em abril passado um jovem morreu eletrocutado em uma delas.
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O aumento de R$ 0,30 na tarifa pode parecer pouco, mas pense em quem precisa de ônibus todos os dias. São R$ 0,60 a mais por dia, isso se a pessoa só precisa de uma linha para os deslocamentos. Agora, multiplique isso por todos os dias úteis de cada mês, e perceba que faz diferença, sim, no orçamento – principalmente dos mais pobres.

Um comentário:

  1. Recentemente venho brigando por um transporte mais justo, seguro, limpo e com uma tripulação que respeite seus passageiros. Encaminhei o seguinte e-mail as empresas Unibus e EPTC-POA. Segue:
    Reiteradamente os ônibus deste consórcio, não só o desta linha (348.1) como das demais que atendem a zona leste de Porto Alegre, vem em altas velocidades fazendo paradas bruscas nas sinaleiras e estações de ônibus (paradas dos corredores).
    Recentemente, nesta segunda-feira (17/01/11), ocorria o mesmo no ônibus da linha 376 – Herdeiros, onde ao descer do veículo fui atingido no braço pela porta do ônibus que se fechava. Fazendo com que num golpe fosse jogado para fora do veículo que seguiu seu trajeto sem sequer verificar se havia me ferido. TOTAL DESCASO! Neste ato liguei para EPTC, telefone 118, para prestar ocorrência do fato, mesmo sem ter me ferido. Sei que deveria ter prestado ocorrência junto a uma delegacia, mas resolvi por não fazê-lo, pois não havia me ferido, simplesmente fui arremessado para a calçada sem sequer cair ao chão. Mesmo assim acredito que deveria ter, ao menos, esperado que tivesse descido por completo do veículo para fechar a porta.
    Hoje, desde a saída do terminal do centro em destino ao bairro, o ônibus da linha 348.1 – Jd. Bento Gonçalves - vinha em aceleradas e freadas bruscas. Sabemos de todo o movimento deste horário, mas mesmo assim fazia arrancadas como se estivesse em uma pista de corridas. Durante toda a viajem, percebi que alguns passageiros que vinham, como eu, em pé eram jogados de um lado para o outro. Havia na mesma situação pessoas idosas e crianças, além dos trabalhadores que exaustos de sua jornada querem chegar em paz ao aconchego de seus lares.
    Ao descer, na estação da PUCRS, me dirigi a porta dianteira do ônibus onde pedi gentilmente ao motorista para que tivesse mais cuidado na direção, pois vinha aos solavancos durante toda viajem. Durante esta rápida conversa o motorista disse-me que ele sabe o que está fazendo e que se ele está ali é porque é apto para tal função.
    Não seria esta a questão, se o mesmo seria apto ou não, mas meu pedido era para que fosse feito o trajeto de uma forma mais tranqüila para todos os passageiros. Resolvi tomar esta atitude simplesmente pelo fato de, como disse acima, já ter sido atingido nesta mesma semana por um outro ônibus do mesmo consórcio. Ainda, o motorista disse-me que se eu não quisesse os solavancos que descesse do ônibus e pegasse o “trensurb” e que ele não precisava ouvir isso. Ora, se o trem atendesse a zona leste da capital certamente o pegaria pois é mais barato e mais rápido, além de mais limpo. Claro que não tenho legitimidade para chamar a atenção de um motorista deste consórcio, mas como consumidor e cidadão desta cidade EXIJO RESPEITO PARA TODOS OS PASSAGEIROS que pagam caro por um transporte precário.
    Peço para que sejam tomadas atitudes para melhoria no treinamento da tripulação dos coletivos, não só com o relacionamento com público, mas também com a forma de condução dos veículos. Pelo que se vê é que não podemos pedir educadamente que sejam conduzidos na forma mais conveniente a todos. Outro ponto que não comentei, mas que é de suma importância são os constantes atrasos das linhas da zona leste (leia-se via Bento Gonçalves), acredito que por isso venham em altas velocidades.
    Pedir para que estes “trabalhadores” conduzam de forma adequada não me pareceu ser o correto para este motorista, que por sinal não conduzia o ônibus, carregava seus passageiros como se fossem mercadorias, para não dizer outra palavra com o mesmo prefixo.
    Certo de sua PROVIDÊNCIAS, e no aguardo de um retorno. Sem as medidas será encaminhado ao judiciário.
    Leonardo Raphael Thomaz – OAB-RS 38e200
    p.s. enviado uma cópia para EPTC

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